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17/01/2011 - 12h24 / Atualizada 17/01/2011 - 19h04

Steve Jobs, da Apple, vai tirar licença médica

Robert Galbraith/Reuters

Steve Jobs, durante a apresentação de novos iPods em 2010; executivo pediu afastamento da Apple

LONDRES (Reuters) - O presidente-executivo da Apple, Steve Jobs, está tirando uma licença médica de dois anos após um intervalo de seis meses para passar por um transplante de fígado. A notícia motivava queda expressiva das ações da empresa nesta segunda-feira.

Jobs --que sobreviveu a um câncer no pâncreas-- disse que o vice-presidente operacional, Tom Cook, vai tomar conta das operações diárias da Apple, mas que ele continuará no posto de presidente-executivo e estará envolvido nas grandes decisões estratégicas.

"A meu pedido, a diretoria garantiu uma licença médica para que eu possa me concentrar em minha saúde", escreveu Jobs, 55, em e-mail aos funcionários da Apple. "Eu amo muito a Apple e espero voltar assim que eu puder".

As ações da Apple negociadas em Frankfurt recuavam 6,5 por cento às 13h55 (horário de Brasília). Nos Estados Unidos os mercados acionários estão fechados nesta segunda-feira por feriado.

A Apple é fortemente associada à identidade e ao carisma de Jobs, co-fundador da empresa e que revitalizou a companhia a partir de 1996 após 12 anos de ausência.

Analistas disseram que o efeito nas operações da Apple deve ser limitado no curto prazo, já que a linha de produtos da empresa é forte, mas que a ausência de Jobs pode se tornar uma preocupação caso seja longa.

Cook já ficou à frente das operações diárias da Apple durante a última licença de Jobs, em 2009.

"Não era esperado. Isso é uma surpresa para os investidores da Apple e definitivamente tira um pouco do brilho da ação da Apple", disse o analista Alexander Peterc, da Exane. "Mas mesmo se Steve Jobs nunca voltar para a Apple, eu não esperaria um impacto visível e tangível sobre como a Apple vai executar seus negócios nos próximos dois anos."

O especialista em tecnologia global Richard Windsor, da Nomura, concorda que a ausência de Jobs não tem um efeito fundamental. Porém, ele alertou que "o assunto é outro quando se trata da percepção da companhia".

"Steve Jobs é visto pelo mercado como uma força motriz da direção estratégica da Apple. Se o seu câncer no pâncreas voltar, isso poderá ser um pouco preocupante."

A Apple divulgará seu resultado trimestral na terça-feira e a expectativa é de que a receita cresça 50 por cento graças às vendas do tablet iPad, bem como ao bom desempenho do iPhone e do iPod.

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