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Duas das principais operadoras de telecom brasileiras começaram a cumprir ordem judicial para bloquear acesso ao site de vídeos YouTube, atendendo a determinação do desembargador Ênio Santarelli Zuliani, do Tribunal de Justiça de São Paulo.
A Brasil Telecom foi a primeira a atender a ordem judicial, fazendo o bloqueio ao site a partir do sábado (06/01), de acordo com relatos de internautas, enviados ao IDG Now.
Com a medida, cerca de 5 milhões de usuários brasileiros, que usam o link da Brasil Telecom, estão sem acesso ao site.
A Telefonica informou, por meio de seu departamento de comunicação, que tomou as medidas técnicas para bloquear o acesso ao YouTube no final da noite desta segunda-feira (08/01).
A Embratel também disse está analisando tecnicamente o teor da decisão judicial para tomar as providências para cumprir a ordem judicial de bloqueio do YouTube, mas a assessoria de comunicação da empresa não soube precisar quando vai impedir o acesso dos usuários brasileiros.
A Global Crossing não confirma o recebimento do ofício da Justiça brasileira, mas informou que está analisando a questão.
A Telecom Italia recebeu o ofício pedindo o bloqueio do YouTube, mas comunicou à Justiça que um novo ofício deve ser enviado para a LA Nautilus, empresa do grupo, responsável pela operação do backbone internacional.
A Telemar infomrou que não recebeu o ofício pedidno o bloqueio do YouTube.
Segundo o ofício enviado pela Justiça às operadoras, ao qual o IDG Now! teve acesso, a ordem é para que os provedores bloqueiem "o site www.youtube.com, da co-ré YouTube Inc., aos internautas brasileiros".
O despacho do desembargador, de 02 de janeiro, tem como objetivo fazer valer a proibição legal de que o apimentado vídeo de Cicarelli e seu namorado Tato Malzoni, em uma praia na Espanha, seja divulgado na internet brasileira.
Em meio a protestos de internautas insatisfeitos e irritados, a divulgação da decisão judicial causou polêmica. O texto da decisão, na opinião de especialistas na área, é dúbio, não deixando claro se o parecer é pelo bloqueio ao YouTube para os brasileiros ou apenas do vídeo da modelo - versão sustentada pelo desembargador, autor do despacho.
As supostas cenas de sexo na praia foram divulgadas no YouTube e ganharam a rede, levando o casal a mover duas ações na Justiça - uma pedindo indenização por danos morais, contra as Organizações Globo, o Internet Group (iG) e o YouTube; e a outra pedindo a retirada dos vídeos do ar.
O Tribunal de Justiça de São Paulo concedeu a liminar obrigando os sites a retirarem as cenas do ar, sob pena de multa de 250 mil reais. Segundo Rubens Decossau Tilkian, que representa Tato, a multa já está sendo executada, mas o pedido de bloqueio ao site é uma forma de fazer valer a decisão da Justiça brasileira, que estaria sendo negligenciada.
Tilkian afirmou à imprensa, na quinta-feira (04/01), que as empresas que detém os canais de comunicação que permitem que o conteúdo chegue aos internautas brasileiros é que seriam responsáveis por barrar o acesso a todo o YouTube no Brasil.
No final da tarde da quinta-feira, contudo, o Tribunal de Justiça de São Paulo, por meio de sua assessoria de imprensa, negou que o desembargador Ênio Santarelli Zuliani tivesse pedido a retirada do site do ar, mas sim quer impedir o acesso ao vídeo de supostas cenas de sexo na praia.