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23/03/2007 - 18h24

Primeira usina flutuante gera energia a partir do movimento das ondas

Por Peter Moon, especial para o IDG Now!
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Navegar é preciso, já dizia Fernando Pessoa. Para os seus compatriotas, boiar também. Pelo menos é o que acreditam os engenheiros responsáveis pelas três imensas balsas vermelhas, com 142 metros de comprimento, 3,5 metros de diâmetro e 700 toneladas, que estão sendo ancoradas no litoral de Portugal. Ao custo de 8,5 milhões de euros, ainda em 2007 as balsas gigantes irão gerar 2,25 megawatts de eletricidade, suficientes para abastecer 1.500 residências.

Mas o Parque de Ondas da Aguçadora, nome da praia em frente a qual o projeto está sendo montado, é muito mais ambicioso. Orçada em 70 milhões de euros, a primeira fazenda de aproveitamento da energia das ondas do planeta terá, em 2009, um total de 28 balsas capazes de gerar 24 megawatts, o bastante para suprir as necessidades de 250 mil habitantes de forma limpa e renovável.

Mais sobre o projeto:
  • Veja as fotos da usina flutuante
  • Veja a animação

    As estruturas cilíndricas flutuadoras que lembram banana-boats são construídas na Escócia pela Ocean Power Delivery. O passo seguinte é rebocá-las desde o Atlântico Norte até o litoral português, onde são ancoradas num local com 50 a 60 metros de profundidade, a 5 quilômetros da costa de Póvoa de Varzim, cidadezinha a beira-mar próxima do Porto, no norte do país.

    As balsas são semi-submersíveis e articuladas: ligam-se como gomos umas às outras, assim como acontece com os rolos de salsicha. Cada unidade geradora possui três gomos, dispostos em posição perpendicular à costa, de modo a "pegar" as ondas de frente.

    Num movimento de gangorra, as balsas sobem e descem ao sabor da ondulação. No interior de cada uma delas existe óleo em alta pressão, que é movido para frente e para trás através de motores hidráulicos. Estes, por sua vez, acionam geradores que produzem 750 quilowatts de eletricidade, transferida por meio de um cabo submarino até o continente.

    A fase final do projeto, de propriedade da geradora portuguesa Enersis, prevê investimentos de 1,1 bilhão de euros até 2015 na construção de um conjunto de parques de ondas com capacidade de 525 MW, que irão gerar energia para mais de cinco milhões de pessoas.

    A solução inovadora de geração de energia, que se soma às fazendas eólicas disseminadas entre a Dinamarca e a Inglaterra, já produziu frutos. No último dia 20 de fevereiro, a empresa Scottish Power anunciou a construção da sua fazenda de ondas, que será fincada em 2008 no litoral das ilhas Orkney, ao norte da Escócia.

    O projeto, avaliado em 10 milhões de libras (ou 15 milhões de euros), será o primeiro do Reino Unido e irá gerar 3 megawatts de eletricidade para atender 3 mil moradias durante 25 anos.
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