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25/06/2008 - 07h00

Escola no interior de São Paulo adota "um MacBook por aluno"

CAMILA RODRIGUES | UOL Tecnologia
Enquanto cerca de 63% das escolas de ensino médio do país possuem laboratório de informática e o Governo luta para trazer o projeto "Um Laptop por Criança", uma escola particular no interior de São Paulo disponibiliza um MacBook, o notebook da Apple, para cada um de seus alunos.

O MacBook com processador IntelCore2Duo 2.1GHz, 1 GB de memória RAM, 120 GB de HD, Wi-Fi e Bluetooth custa em torno de R$ 2.999. O projeto "Um Laptop por Aluno" disponibilizaria cada computador por US$ 100,00, cerca de R$ 170,00. A mensalidade da escola é R$ 800,00.

ADEUS AO CADERNO E LÁPIS
Divulgação
Se quiser, o aluno pode levar o notebook da Apple até para a casa
Divulgação
Durante a aula, é proibido acessar sites de relacionamento e comunicadores instantâneos, como o MSN
VEJA MAIS FOTOS DA ESCOLA
O projeto começou há dois meses no colégio D'Incao Ensino Médio, que fica na cidade de Bauru, em São Paulo, e conta com 170 alunos em regime integral. Desde abril, cada um dos alunos recebeu um computador e o utiliza em aulas de laboratório de física, química e biologia, entre outras.

"O aluno recebe o laptop como se fosse um material da escola. Se ele ficar os três anos na escola, fica com o computador para ele", conta o gerente de tecnologia da escola Giordano Guastala.

Experiências com computador

Nos laboratórios, os portáteis são ligados a aparelhos e, por meio de programas específicos, os alunos conseguem produzir gráficos de uma experiência com substâncias químicas, por exemplo.

"Um dispositivo é ligado no USB do laptop e na sua ponta há uma espécie de rolha, que é encaixada num tubo de ensaio. Então, as informações da reação química são passadas para o computador e o aluno já pode fazer um gráfico", exemplifica.

O laptop pode ser usado no intervalo, na hora do almoço e podem ser levados para casa. "A gente tem wireless [rede sem fio] na escola inteira, então na hora do recreio ele pode usar o computador livremente. Como é novidade, eles ficam grudados na máquina".

Na Internet, sites pornográficos são bloqueados. Todas as máquinas são monitoradas por Guastala, sob o consentimento dos alunos. "Se deixar o MSN aberto durante a aula, os alunos tomam advertência. Duas advertências e o aluno é suspenso."

Ferramentas

No próximo semestre, a escola deve implantar o software de videoconferência, para ser usado, quando há trabalhos em grupos, para que "não haja desculpa que não deu para ir à casa do colega".

Mas Guastala ressalva que o computador é uma ferramenta a mais e não deve ocupar a maior parte do tempo das aulas. "Pedro [D'Incao, o dono da escola] pesquisou e viu que caiu o rendimento de alunos de escolas que trocaram totalmente a lousa por notebooks".

Há ainda outro fator que influencia o uso dos computadores na aula: o treinamento dos professores. "Toda tecnologia que é nova, no começo, é um pouco traumatizante. Eles têm alguns medos, principalmente os mais velhos. Mas de um modo geral, eles apoiaram [o uso de computadores]", afirma Guastala.

Ele diz ainda que tem de ensinar os professores a utilizar melhor a máquina e a preparar aulas que aproveitem mais esse recurso.

Por que um Macbook na escola?

Guastala explica que o colégio optou pelo notebook da Apple por ele iniciar mais rapidamente que os laptops comuns, "que agora estão vindo todos com o Vista". "Cada aula dura 45 minutos, então se você perder muito tempo para ligar a máquina, prejudica. E no Mac, é muito rápido", diz.

Outro motivo foi a segurança, em dois sentidos: o sistema operacional está menos sujeita a spyware, vírus e outras pragas, segundo ele, e os alunos têm mais dificuldades para tentar mudar o sistema e configurações.

O valor do projeto não foi informado, mas para se ter uma idéia, um MacBook —como o que é usado na escola—custa em torno de R$ 2.999, sem contar os servidores de arquivo, de autenticação e de Internet e a rede sem fio.

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