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04/08/2009 - 07h00

Internet é ferramenta praticamente invisível para políticos

BRUNO ROBERTI | Para o UOL Tecnologia
Que a internet é um forte meio de comunicação e divulgação, todos já sabem. No entanto, quem ainda engatinha nas redes sociais são os políticos brasileiros.

No Brasil, o uso da internet como ferramenta eleitoral ainda está em fase de aceitação —o projeto já passou pela Câmara dos Deputados e agora precisa de aprovação dos senadores, que temem que a prestação de contas e o registro eleitoral dos candidatos perca o controle, para só depois ser sancionado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Se isso acontecer até outubro, a reforma eleitoral já vai valer para as eleições de 2010.

O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, foi o primeiro político a falar pelas diferentes ferramentas da web. Foram posts em blogs, Twitter, campanhas em vídeos do Youtube, participação ativa nas diversas comunidades e, sobretudo, regularidade e atualização de sua agenda, compromissos, campanhas e ideais políticos.

E isso tudo foi antes da eleição. Uma vez presidente, Obama lançou mão dos recursos da web para reunir sugestões, realizar enquetes, alavancar sua popularidade, aproximar o governo do público com vídeos e canais participativos, além de incentivar trabalhos e serviços voluntários.

Políticos nacionais online

Já no Brasil, mesmo sem valer a lei do uso da internet como campanha, alguns políticos já usam as ferramentas online. No Twitter, por exemplo, dos 81 senadores, apenas 16 marcam presença. Dos deputados federais, 73 são ativos no microblog, mas nem todos postam diariamente.

"A veiculação de atividades parlamentares que existe hoje é um treino para a campanha eleitoral do próximo ano. O caminho das redes sociais é o mais interessante, pois os políticos chegam a um público jovem, acostumado com a linguagem dinâmica da internet", afirmou Gaudêncio Torquato, cientista político da Universidade de São Paulo.

E o assunto no Twitter não é tão variado assim. Projetos e propostas que foram aprovados e passaram pela Câmara são os temas mais abordados. Os posts também vêm recheados de opiniões e críticas a outros deputados ou senadores. "O político precisa se manifestar nas grandes polêmicas da sociedade. Tem que dizer o que pensa e conquistar o eleitorado com defesas e ataques", salientou Torquato.

No entanto, apesar de ser uma ferramenta de comunicação, senadores e deputados não costumam repassar posts de seguidores ou responder a alguma pergunta. "Um canal interativo é essencial para o sucesso nas redes sociais", alertou Torquato.

Serra e César Maia saem na frente

Às vezes, algum político faz comentários sobre outros assuntos, como futebol, por exemplo. É o caso do governador de São Paulo, José Serra, do PSDB, um dos mais ativos nas redes sociais e o único governador a ter e atualizar um perfil no site de microblog. Palmeirense de coração, Serra tem cerca de 47 mil seguidores. No meio de tantos posts alviverdes, ele arruma espaço para passar detalhes de seu mandato e novos projetos para a cidade.

Quem também se destaca nas redes sociais é o ex-prefeito do Rio de Janeiro, César Maia, do DEM, um dos pioneiros no uso de blog, Orkut, Youtube e Twitter.

"Maia e Serra são os políticos que melhor fazem uso do boletim eletrônico para conquistar espaço na mídia", disse Torquato.

Já o presidente Lula está prestes a estrear um blog e um canal de vídeos. O prazo era julho, mas nada ainda do presidente ficar online.

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