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29/08/2009 - 07h00

Brasileiros estão na final de campeonato mundial de computadores tunados

BRUNO ROBERTI | Para o UOL Tecnologia
O que para alguns pode ser uma loucura, para outros é bem mais do que um simples hobby. Deixar um computador mais potente —ou overclocking como é conhecida a técnica de fazer algum componente do PC rodar acima do especificado pelo fabricante para melhorar seu desempenho— é tido como tarefa de profissional e motiva campeonatos ao redor do mundo.

OVERCLOCKING

  • Divulgação

    Ronaldo e Fabiola Buassali participam de campeonato mundial de overclocking na China

Os brasileiros Ronaldo e Fabiola Buassali representam o Brasil na final do Master Overclocking Arena (MOA), que será realizado na China, neste sábado, 29 de agosto. A competição representa uma forma de overclock profissional, conhecido como overclock extremo.

O overclock no Brasil, feito por profissionais ou amadores, ainda não é muito comum, mas os poucos que praticam são respeitados mundialmente. Segundo o site HWBot, registro oficial de overclocking, estão cadastrados 306 overclockers brasileiros.

Mas, para Ronaldo, engenheiro e um dos mais respeitados praticantes no Brasil, o número não condiz com a realidade, já que os usuários com participação ativa não ultrapassam 180.

"No Brasil a ajuda oferecida pelos fabricantes para os overclockers ainda é pouca, mas isto está mudando rapidamente. Grandes empresas têm oferecido suporte, o nosso retorno é demonstrar a diferença de desempenho que pode ser obtida", afirmou.

No entanto, quem não quer se aventurar com a técnica em competições e ainda assim quiser incrementar o computador, pode virar um amante da arte, no chamado overclock básico. Vale lembrar que, em muitos casos, tunar gera economia de dinheiro, já que um equipamento abaixo do top de linha poderia, em tese, funcionar com a mesma potência de um mais caro.

Realizado com ou sem modificação nas voltagens em sistemas de fábrica ou com melhorias no sistema de refrigeração, como troca da ventilação original, o overclock básico apresenta bons resultados.

O maior cuidado é com o aquecimento dos componentes. Para isso, peças precisam ser adaptadas ao hardware da máquina. "Os custos variam de acordo com o nível dos materiais, que também dependem do desempenho que se deseja obter", afirmou Alexandre Nuccini, que faz overclock dentro de seu apartamento.

"Quando se fala em utilizar essas técnicas, as pessoas logo pensam em laboratórios, mas tomando os devidos cuidados no transporte, armazenamento e manuseio, não há problema", completou Nuccini, que também é um dos mestres na arte do Casemod.

Já Buassali, profissional da arte, acredita que o overclock não tem limites. "Hoje, por exemplo, uma pessoa pode comprar um processador fora de linha e, sem gastar nada, tê-lo funcionando até mais rápido que um de valor muito maior".

Independente da utilização, o fato é que o overclock ainda tem muito a crescer. "Creio que a técnica é o maior apelo de marketing dos fabricantes de processadores, placas de vídeo e memórias", concluiu Buassali.

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