Com a chegada do iPhone 3G ao mercado nacional na última sexta-feira (26) e a expansão constante das redes 3G, o acesso móvel à Web ganha um grande estímulo.
O telefone é desenvolvido visando boa usabilidade na navegação na Internet e o 3G permite velocidade para acessar e-mails e sites sem esperar anos até que uma página seja carregada.
A navegação pelo celular vem crescendo mês a mês no Brasil, segundo pesquisa da Predicta. Dos cerca de 384 mil acessos de agosto, só pelo iPhone foram registrados quase 196 mil.
Na esfera mundial a tendência é a mesma —desde que o iPhone 3G foi lançado,
a participação do navegador do celular no mercado aumentou 57%, passando de 0,19% para 0,3%, de acordo com dados da Net Applications. É uma fatia pequena ainda, mas que mostra grande taxa de crescimento: ele já é o primeiro entre os sistemas para celulares. Análises da StatCounter já indicavam o
dispositivo como principal meio de acessar Internet pelo celular nos EUA desde março.
Adaptação de páginasAntigamente, acessar páginas de Internet pelo aparelho móvel implicava em entrar em sua versão wap. Hoje, vários sites nacionais já estão adaptando seu desenho para navegação pelo iPhone. E o jeito de usar a Internet no celular da Apple é totalmente diferente da experiência de celular (mesmo o mais avançado dos BlackBerrys) e de PC.
Mas vale investir para adaptar seu site para o iPhone? Além de todo o crescimento apontado pelas pesquisas, outro fato a ser levado em conta é que a navegação difundida pelo iPhone deve ser incorporada a outros sistemas e aparelhos. O Android, por exemplo, sistema operacional do Google, possui bastante similaridade com o iPhone. E esta é a tendência.
Grandes portais de Internet como UOL e Globo.com se prepararam para a chegada do iPhone. Ambos lançaram sites para serem vistos nos celulares da Apple na sexta-feira (26). Antes disso, bancos como Itaú, Bradesco e Banco do Brasil já tinham desenvolvido páginas para iPhone. Além dos serviços normais de Internet Banking, também costumam oferecer as agências mais próximas do local onde está o usuário.
A Hands, aplicativo que ficou muito popular com os palmtops por trazer notícias e programação de cinema e shows e hoje desenvolve sites para aparelhos móveis, também lançou um portal para iPhone —que estava sendo desenvolvido desde 2007. A empresa hoje conta com uma plataforma e 9 templates, o que permite uma rápida adaptação de páginas.
De 15 de maio (data de lançamento dessa versão) a 15 de setembro houve um crescimento de 500% no número de acessos, conta César S. César, diretor de estratégia e marketing da empresa. "Estima-se que até o final do ano tenham 800 mil iPhones no Brasil e que 80% dos usuários usem a Internet", diz.
A disponibilidade de serviços deve ser favorecida com o maior uso da Internet móvel. Assim, será possível consultar a programação do cinema, ver as condições do trânsito, saber quanto está a partida de futebol e até a baixar filmes onde estiver.
A empresa NetMovies, de aluguel de vídeos online, pretende disponibilizar downloads de filmes e trailers pelo celular. Já é possível acessar a página no iPhone e escolher e agendar entregas de filmes. "Hoje, temos 4% dos clientes acessando o site via dispositivo móvel. Esperamos que o acesso via celular dobre ainda este ano", conta Daniel Topel, diretor da NetMovies.
Agências de publicidade também já estão investindo em campanhas para o iPhone. Abel Reis, presidente da AgênciaClick, conta que eles estão trabalhando em três frentes: "primeiro estamos criando campanhas que explorem o potencial do iPhone como ferramenta de mídia, como no lançamento do Palio Adventure Locker, 4x4. Depois estamos adaptando sites wap para a plataforma iPhone e por fim temos a idéia de produzir aplicativos próprios para o celular, mas essa faze é lenta e deve demorar a chegar no mercado".
Para desenvolvedoresO ponto principal para desenvolver sites para iPhone é pensar em sua tela de 320 x 480 px e nas visualizações na horizontal e na vertical. Os templates devem contar com fácil navegação (sensível ao toque dos dedos) e poucas imagens (que demoram mais para carregar). "As informações devem ser diretas e rápidas, já que o usuário provavelmente está se locomovendo e não quer perder tempo procurando o que quer", diz Abel.
"O iPhone traz um novo conceito seja pela linguagem seja pelas funcionalidades que o aparelho tem como GPS e zoom", diz César. Ele lembra que os comandos são feitos por toque dos dedos, que exige maior atenção na execução, e que há diferenças sensíveis entre os firmwares do iPhone.
A agência Reciclo Inteligência Digital, que desenvolve sites para iPhone, colocou em sua página um recurso que transforma link em ligação telefônica. Sistema muito útil já que não dá para "copiar e colar" no iPhone. "Além disso, é possível desenvolver páginas que usam os comandos de mudança de página como se fosse um folhear páginas, o que enriquece a navegação", explica Abel.
A própria Apple disponibiliza em seu site
dicas e informações para desenvolvedores que pretendem criar aplicações e páginas para iPhone.
É possível também encontrar templates na Internet com páginas em design líquido que se adaptam a qualquer tela, inclusive a do celular da maçã. —um exemplo é o site
Mathew James Taylor. Já para testar tudo o que fizer, basta instalar um simulador de iPhone, como o gratuito
iPhoney.
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