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Instagram volta atrás após reclamações e desiste de novo sistema de anúncio

Modelo Coco Rocha ficou dois dias sem postar. Com o anúncio, ela voltou: "O Instagram oficialmente voltou atrás em seus novos termos, em reação às revoltas. Agora todos podemos voltar a brincar" - Reprodução/Instagram
Modelo Coco Rocha ficou dois dias sem postar. Com o anúncio, ela voltou: "O Instagram oficialmente voltou atrás em seus novos termos, em reação às revoltas. Agora todos podemos voltar a brincar" Imagem: Reprodução/Instagram

Do UOL, em São Paulo

21/12/2012 10h09Atualizada em 21/12/2012 15h18

Em nota divulgada na noite desta quinta-feira (21), o Instagram voltou atrás e afirmou que manterá a política de anúncios adotada desde o início do serviço, em outubro de 2010. Ainda assim, o conteúdo sofreu algumas pequenas alterações -- não todas as mudanças propostas anteriormente -- para acalmar os usuários. Esse novo termo, aparentemente menos radical, será colocado em prática no dia 19 de janeiro.

O anúncio foi motivado por muitos protestos durante a semana, após a empresa divulgar seus novos termos – alguns usuários ameaçaram deixar a rede, com o temor de que suas fotos fossem vendidas. A empresa foi comprada em abril pelo Facebook e tem mais de 100 milhões de usuários.

“Em vez de obter sua permissão para introduzir possíveis novos anúncios que ainda não foram desenvolvidos, vamos investir tempo para completar nossos planos e depois daremos um retorno a nossos usuários, para explicar como nossos anúncios funcionarão”, escreveu na quinta-feira Kevin Systrom, cofundador do Instagram. 

Em nenhum momento, no entanto, ele reconhece haver problemas com os novos termos de uso do programa. Systrom admite apenas que a empresa “falhou no que considero uma de nossas mais importantes responsabilidades: comunicar nossas intenções de forma clara”. Ele pediu desculpas e afirmou estar focado em “fazer a coisa certa”. No post divulgado no blog, ele reforçou: “O Instagram não tem a intenção de vender suas fotos, nunca tivemos. Não somos donos de suas fotos, você é.”

Polêmica
Nessa última atualização, o trecho mais polêmico da proposta foi excluído sem ter sido colocado em prática. Ele citava o uso de dados dos perfis -- como nome de usuários, "curtidas" e fotos --  em publicidade e promoções. Segundo o tópico "Direitos de propriedade", o usuário, para ajudar na oferta de conteúdo pago ou patrocinado, deveria concordar que "empresas e entidades paguem ao Instagram para exibir seus dados de perfil". Isso incluía o nome de usuário e fotos (juntamente com todos os metadados associados), sem que o dono do perfil recebesse por isso. 

No novo texto, a empresa afirma: ''O Instagram não reivindica propriedade de nenhum conteúdo que você posta no serviço. Em vez disso, você concede ao Instagram uma licença não exclusiva, sem pagamento de direitos autorais, transferível, sublicenciável e global para o uso do conteúdo que você posta no serviço". Veja aqui (em inglês) os termos completos ligados à privacidade. Ainda não há exemplos de como isso funcionará na prática.

“Estamos ouvindo”
Antes de voltar atrás, Systrom escreveu outro post negando que fosse vender as fotos de seus usuários para terceiros e anunciando que o texto seria “melhorado”.

"Nossa intenção [...] era comunicar que gostaríamos de testar novas formas de anúncios, que parecem apropriadas para o Instagram. Muitos interpretaram que venderíamos suas fotos, sem qualquer tipo de recompensa. Isso não é verdade e o erro foi nosso, pelo uso de uma linguagem confusa. Para sermos claros: não é nossa intenção vender suas fotos", frisou Kevin Systrom, cofundador do Instagram.

“Depois de rever o retorno de vocês e as reportagens na imprensa, vamos modificar partes específicas dos termos para deixar mais claro o que vai acontecer com as suas fotos”, completou.

Protestos
Na segunda (17), usuários do Instagram foram comunicados sobre alterações que a rede social de fotos fará em seus termos de uso do serviço por uma mensagem no próprio aplicativo.

Alguns usuários iniciaram um movimento na internet para que as contas no Instagram fossem apagadas. Roberto Baldwin, da Wired, sugeriu que as pessoas baixassem as fotos do Instagram e depois apagassem suas contas, sob o pretexto de que a empresa poderia "vender suas fotos para terceiros em anúncios sem comunicá-lo". O "Huffington Post" chegou a fazer um tutorial ensinando como deletar sua conta no site e divulgou 11 alternativas à popular rede social

Já o perfil da revista "National Geographic" anunciou a suspensão dos posts no Instagram. "Estamos muito preocupados com a direção dos novos termos de serviço propostos e se eles continuarem como foram apresentados poderemos fechar nossa conta", diz o post.