Bill Gates revela sua maior preocupação, e ela não tem a ver com tecnologia
O que mais preocupa Bill Gates, o segundo homem mais rico do mundo, não é algo relacionado à tecnologia, como seria de se esperar, já que ele construiu sua fortuna na esteira da revolução dos computadores.
Em entrevista ao jornal britânico “Telegraph”, Gates diz que sua atenção está focada em ameaças à saúde global, em especial três delas: a crescente resistência a antibióticos, o corte de financiamento voltado a melhorar a saúde de países mais pobres e o surgimento de uma doença ainda desconhecida e que tenha grande impacto mundial.
Saúde
“Nós não estamos amplamente preparados para a próxima geração de uma pandemia global”, afirmou.
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“A ameaça de um patógeno desconhecido – altamente contagioso, letal e que se espalhe rapidamente – é real. Pode ser uma mutação da gripe influenza ou algo inteiramente diferente. A gripe suína e a epidemia de ebola de 2014 ressaltaram a ameaça.”
Explosão populacional
Outras das preocupações do cofundador da Microsoft e hoje vice-presidente da Fundação Bill e Melinda Gates, dedicada à filantropia, são as consequências de uma explosão populacional estimada para acontecer nos países africanos.
O temor é que isso aumente a pobreza, além de impulsionar a instabilidade política e novos conflitos, o que pode desembocar em uma nova crise de refugiados.
Para Gates, a saída pode passar por educar melhor as mulheres e empoderá-las, além de ampliar o acesso a métodos para controle da natalidade. “Você não quer viver em um lar pobre”, diz. E completa: “Mas ser mulher em um lar pobre é particularmente ruim”.
A preocupação dele é tamanha que a Fundação Bill e Melinda Gates incluiu a explosão populacional em seu relatório de metas, divulgado nesta terça-feira (18). Se as projeções da Organização das Nações Unidas (ONU) se confirmarem, a população de países da África deve dobrar de tamanho por volta de 2050.
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“O surpreendente é que, se os demográficos que geralmente são bastante acurados estiverem certos sobre a África, então iremos de 1 bilhão [de pessoas] hoje para 2 bilhões no meio do século, e então para 4 bilhões até o fim do século”, comenta.
Responsabilidade de empresas de tecnologia
Gates afirmou ainda que o impacto de empresas de tecnologia sobre as pessoas e a sociedade deve ser melhor compreendido. Elas também devem, diz ele, ser reguladas com maior intensidade. Isso, no entanto, é uma tarefa para governos nacionais.
“Assim como as famílias decidem quais são as regras para suas crianças, os governos têm de ser educadores nesse tipo de assunto. Sim, essas companhias estão tentando ser benignas e os indivíduos envolvidos não são malignos, mas, no fim do dia, são os governos que têm de entender que coisas devem ser reguladas.”
Zuckerberg
Como um assunto leva a outro e está cada vez mais difícil falar em mais regras sem falar do Facebook, graças às recentes polêmicas, Gates foi questionado sobre Mark Zuckerberg, o presidente da rede social.
“Até mesmo ele não previu tudo que poderia ocorrer em termos de sua plataforma ser usada para influência política”, disse, que acredita que o executivo ainda dará a volta por cima. “Mark sabe que ele está em uma posição de responsabilidade e está tentando aprender com tudo isso.”
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