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14/03/2006 - 07h51

Parque do Futuro mistura feira de ciência com laboratório de alta tecnologia na CeBit

Marcilio Kimura
enviado especial a Hannover
O lugar mais engraçado e curioso da CeBit é o Parque do Futuro, que divide o pavilhão 9 com o setor de tecnologia para administração pública. É uma mistura de feira de ciência universitária com laboratório de pesquisa industrial.

Marcilio Kimura/UOL 
Robô repete os gestos de visitante do Parque do Futuro
É lá que estão, por exemplo, um jogo de tênis-de-mesa 3D, uma luva que mede emoções, uma blusa com GPS, um software para manipular o mouse com os olhos e óculos que mostram simultaneamente a tela do computador e a visão normal.

Controle pela visão
Dois dos produtos mais funcionais são da sueca Tobii, que permitem deficientes físicos usar o computador só com os olhos. O sistema é baseado em sensores, acoplados em cima e embaixo do monitor, que acompanham a direção para onde as pupilas apontam. No teclado (aparece no monitor), é só fixar o olhar em uma tecla que em três segundos o editor de texto registra a letra.

Juliana Carpanez/Folha Imagem 
Um dos sistemas da Tobii que permitem controlar o computador com os olhos
No caso do mouse, é preciso ter movimento em pelo menos um dedo. Igualmente, a pupila dirige o mouse. Para clicar com o botão da direita, é preciso apertar uma tecla. E, com o botão da esquerda, outra. A empresa tentou desenvolver um sistema em que um piscar corresponderia a um clique, mas descobriu que as pupilas não olham para o mesmo ponto após um piscar.

No teste do UOL Tecnologia, o sistema funcionou perfeitamente, mas, obviamente, para quem não está acostumado, controlar o computador dessa maneira por 15 minutos causa um cansaço visual muito grande, além de ser extremamente demorado.

Marcilio Kimura/UOL 
Sensores dentro da luva permitem medir diversas emoções durante uso do micro
Luva sensitiva
O Instituto Fraunhofer para Computação Gráfica de Rostock desenvolveu um protótipo de luva que pode medir emoções humanas por meio da temperatura da pele, da condutividade elétrica da pele e do batimento cardíaco. Segundo o cientista responsável, Jorg Voskamp, o acessório capta níveis de satisfação, surpresa, tédio, felicidade, medo e estresse, com acerto é de 75%.

O UOL Tecnologia testou a luva com o jogo Tetris (uma espécie de quebra-cabeças). No caso, o game está programado para o usuário perder rápido, e acusou um nível de insatisfação e tédio acima do normal.

Ao ser questionado sobre a capacidade inerente de qualquer pessoa de saber se está feliz ou estressada, Voskamp explica que a tecnologia serve, por exemplo, para desenvolver um game com emoção, surpresa e dificuldade, mas pouca frustração.

"Estamos desenvolvendo um sistema parecido de leitura facial. Seria útil na avaliação do serviço prestado por um call center via webcam e no treinamento dessa equipe para evitar aborrecimentos do cliente", comenta o cientista.

Rastreamento de plágio na Internet
O mesmo Instituto Fraunhofer desenvolveu um software que diz rastrear conteúdo em texto ou imagens na Web. Utilizando-se de comparações sintáticas, semânticas e lógicas, o iDetective pode encontrar sites que vendam produtos piratas, com as mesmas informações e imagens (mesmo em diferentes cortes e tamanho) do original.

O protótipo poderia auxiliar a polícia e as empresas a diminuírem boa parte dos 30 bilhões de euros ao ano que a Associação Comercial e Industrial da Alemanha calcula ter de prejuízo com vendas ilegais. Mas o instituto não permitiu um teste real do software, alegando que demoraria ao menos duas horas.

Marcilio Kimura/UOL 
Jaqueta com GPS permite localizar uma pessoa onde quer que esteja
Outras curiosidades
Uma jaqueta dotada de GPS (sistema de posicionamento global) foi confeccionada pela GPSoverIP e a Interactive Wear, para localização de uma pessoa onde ela estiver, em qualquer hora. Poderia ser usada para rastrear funcionários, ou encontrar alpinistas desaparecidos, ou um marido ou uma mulher infiel.

Logo na entrada do pavilhão 9, um telão 3D permite ao público jogar tênis-de-mesa virtualmente, com uma raquete com sensores. É um esboço de um sistema de treinamento esportivo em um ambiente pequeno, sem a necessidade de um "sparring".

Um robô humanóide repete os movimentos da pessoa que está em frente a um sensor. Ele substituiria o homem em uma situação de risco. Mas a reprodução dos gestos ainda é bem precária.

Para pessoas que precisam ver duas coisas ao mesmo tempo, um óculos permite ver a tela do computador (de forma transparente) em uma lente e, nas duas, ver o que a visão alcança. Mas é quase impossível ler um documento em um olho e prestar atenção no que está em frente. Em outro exemplo do WHD (Head Worn Display, algo como visor que se adaptar à cabeça, em tradução livre), um mecânico de carros veria a seqüência de montagem de uma peça com um olho e veria com os dois o que está realmente executando.

Os solitários que apreciam uma bebida poderão se divertir com um robô barman, que prepara drinques e conta piada. Segundo os pesquisadores da Universidade de Saarland, ele consegue preparar coquetéis personalizados, conforme a exigência de cada cliente, e também informa a quantidade de álcool presente em cada copo.

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