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02/03/2007 - 18h01

Como funciona um Home Theater

Marcelo Ayres

Para o UOL Tecnologia
O conceito de Home Theater surgiu para tentar reproduzir a cinema na sala de casa, e ele é baseado em dois pontos: o tamanho da tela e o sistema de som.


Os recentes avanços tecnológicos permitiram que tanto os aparelhos de TV como os sistemas de som, respectivamente, aumentassem de tamanho e aprimorassem a qualidade de reprodução.

O que o Home Theater traz de semelhante ao cinema é o sistema de som, chamado de surround.

Nas salas modernas, você escuta os diálogos, as músicas e os efeitos não apenas da tela, mas de todos os lugares ao seu redor. Isso porque existem três conjuntos de caixas de som atrás da tela: um do lado esquerdo, um central e outro do lado direito. Além disso, uma série de outros conjuntos de caixas fica espalhada pela sala do cinema.

Quando alguém no filme diz alguma coisa do lado esquerdo da tela, as caixas da esquerda reproduzem este som. Da mesma forma acontece do lado direito. Enquanto isso, as caixas frontais concentram aquilo que está bem à frente da cena e, em conjunto, com as caixas que ficam no fundo da sala fazem o efeito de algo que está atravessando o filme, como por exemplo, uma nave espacial que cruza a tela ou um carro que passa rápido.

Partes que compõem o Home Theater
A idéia básica do Home Theater é recriar este ambiente de imersão do cinema de som envolvente e projeção de qualidade. Assim você precisa dos seguintes elementos:
—uma TV de tela grande, com pelo menos 29 polegadas, e qualidade de imagem superior
—um conjunto que tenha pelo menos quatro caixas de som
—um equipamento que divida o sinal do sistema Surround para as caixas e um sinal de TV aberta, a cabo, DVD ou Videocassete.

Existem muitas maneiras de você combinar estes equipamentos para formar o seu Home Theater. O critério vai depender basicamente de quando dinheiro você pode investir. Se você já tem uma TV de tela grande, um DVD e um sistema de som estéreo, basta ter um jogo de caixas de som extras para começar, que custam a partir de 150 reais.

Também há os conjuntos chamados de "home theater in a box", ou seja, um pacote com DVD e caixas de som, cujos preços começam em R$ 1 mil, sem trocar a sua TV.

Se o orçamento permitir, você pode procurar sistemas avançados com TVs realmente grandes e sistema de som avançado, o que não vai sair por menos de R$ 20 mil.

O som como base
O que difere o Home Theater de um sistema de TV comum é a tecnologia Surround. Para isso, como demonstrado acima, você precisará de três caixas para a parte frontal de sua sala e de pelo menos duas para a parte que ficará atrás de você em seu ambiente de entretenimento.

A maior parte dos sons vem das caixas da frente, com os sons do lado esquerdo e direito, alternando-se como o desenrolar do filme. A caixa central, que deve ficar logo acima ou abaixo da tela, se encarrega dos sons que estão em primeiro plano da cena.

As caixas de trás se encarregam dos sons que são acessórios, como o ruído de um rio ao longe, o latido de um cão, o som do vento. Além disso, em conjunto com as caixas frontais dão a sensação de passagem, por exemplo, de um avião sobre a sua cabeça, jogando o som do fundo para frente e vice-versa.

Isso é possível com a utilização de um amplificador do sinal de som bem similar àqueles adotados nos sistemas de som que equipam as estantes. A maioria dos DVDs atuais fazem esta função, ao receber e dividir o som, para depois amplificar o sinal.

Isto é feito de maneira bem simples, pois o sistema de som digital já codifica o som em seis canais separados de áudio, que são reconhecidos pelo amplificador e enviados para cada caixa correspondente.

O formato Surround
Hoje dois formatos dominam a produção de som no sistema Surround: Dolby Digital e DTS. O primeiro foi desenvolvido pelo Dolby Laboratories and Digital Theater Systems, que além do Dolby Digital desenvolveu o Dolby Pro Logic. O DTS foi criado pela Digital Theater Systems.

Os dois formatos são muito parecidos, mas algumas diferenças importantes definem sua utilização:

—O DTS codifica o som utilizando menos compressão de dados do que o Dolby. Isto significa que o som do DTS é mais limpo e preciso e, portanto, muito usado no cinema.
—Por outro lado a taxa maior de compressão faz com que o Dolby seja a preferência para os DVDs e canais de TV

A maioria dos aparelhos amplificadores é compatível e trabalha com os dois formatos.

As opções mais comuns são os sistemas 5.1, 6.1 e 7.1. O "1" indica o uso do subwoofer e o outro número indica a quantidade de caixas satélites. O subwoofer deve sempre ser colocado no chão, para realçar os sons gravescomo os das explosões, trens no trilho, foguetes das naves e assim por diante.

Tamanho é documento
No caso de um Home Theater, o tamanho da tela conta e muito, mas a da sala de TV também. Você não aproveitará todo o potencial do conjunto caso tenha TV enorme em uma sala muito pequena.

A regra básica é que você pode ter uma tela que seja, no máximo, 3 vezes maior que a distância de onde você se senta para assistí-la. Assim para se ter uma tela de 36 polegadas (sempre medida pela diagonal da tela) é preciso que você tenha 2,8 metros de distância da TV.

Isso é fundamental, pois se você sentar-se muito perto de uma tela grande, as linhas que formam a imagem vão parecer muito grandes, provocando a sensação de baixa resolução, já que nas TVs atuais a quantidade de linhas verticais da resolução é sempre a mesma, não importando o tamanho da tela. Com as novas TVs de alta resolução —HDTV— a quantidade de linhas verticais é maior e a distância poderá ser menor.

Para garantir a qualidade da imagem, é importante observar o nível de contraste da imagem de sua TV. Quanto mais escura for a tela de sua TV quando desligada, maior será o contraste entre luz e sombra quando ela estiver ligada.

Você deve observar também se a tela é plana ou curva. Quanto mais curva mais luz é refletida de outras fontes. Uma tela perfeitamente plana resultará uma imagem muito mais equilibrada.

As TVs de tubo CRT (Cathode Ray Tube, ou Tubo de Raios Catódicos) têm um tamanho limite para a tela, já que quanto maior ela for, maior ficará parte traseira do aparelho.

Já as TVs que não precisam de tubos podem ser mais finas e atingir tamanhos grandes. Elas podem ser do tipo DLP (Digital Light Processing), LCD (Liquid Cristal Display) e LCoS (Liquid Crystal on Silicon).

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