UOL Notícias Tecnologia

13/04/2007 - 17h25

Efeito de cinema vale paciência com home theater; veja teste

FERNANDA ÂNGELO

Para o UOL Tecnologia
Assistir a um filme em casa com sensações bem próximas às do cinema é o sonho de consumo de muita gente. Não sem motivo — por melhor que seja a imagem, ainda não inventaram TV que reproduza dignamente os sistemas de som utilizados atualmente nas salas de cinema. Para conseguir um resultado desses, só com um sistema de home theater.

É o primeiro passo, e não tão difícil assim. Hoje há opções de sistemas para todos os bolsos e gostos e, por mais simples que sejam, nenhum deles deixa saudades do som da TV. O resultado sempre compensa, mas os candidatos a transformar a salas de casa em uma minissala de cinema devem estar preparados para aparelhos bem mais complicados que simples DVD Players, videocassetes ou minisystems.

O UOL Tecnologia testou três modelos — Panasonic SC-HT740LB, Gradiente HBS 870 e Sony DAV-DZ820KW. Eles oferecem muito mais funcionalidades do que os modelos mais simples (geralmente formados apenas pelo conjunto de caixas de som e subwoofer; veja teste). Seus preços variam de R$ 800 a R$ 2.600 —não são baratos, mas ainda assim são mais acessíveis do que os sistemas mais complexos, só vendidos em lojas especializadas no setor.

Em suma, os três se mostraram uma boa indicação para quem quer começar com o pé direito sua vida de cinéfilo doméstico. Mas a instalação exige cuidados e bastante paciência, a começar pela hora da compra. Por serem sistemas formados por muitos componentes e fios, é sempre interessante checar se a loja oferece o serviço de instalação e, caso isso não ocorra, tirar todas as dúvidas sobre isso na hora da compra, incluindo uma checagem dos componentes que devem ser entregues com o aparelho.

Montagem complicada
A dica não foi dada sem razão. O modelo de instalação mais amigável é também o mais em conta, cerca de R$ 800 —o Gradiente HTS 870. Ele não pôde ser colocado em funcionamento em menos de 40 minutos: o mais complicado foi a passagem de fios (um para cada caixa acústica). Os outros dois modelos, embora contem com tecnologia sem fio para as caixas de efeito surround (aquelas que geralmente ficam ao lado ou atrás do sofá), levaram um pouco mais de tempo.

O Panasonic SC-HT740LB-S, por exemplo, vem com dez caixas acústicas: o subwoofer e a caixa central, normais. Já as caixas frontais e surround vêm em oito módulos. É preciso encaixá-los um no outro, e depois no pedestal, para ter o sistema completo. Dá trabalho, mas é um sistema esteticamente bonito e um tanto mais caro: R$ 1.700.

O sistema da Panasonic tem duas opções de montagem: o usuário pode comprar apenas o sistema e montá-lo de modo tradicional, com fios para todas as caixas, incluindo os das caixas surround, que geralmente devem atravessar a sala. Ou, por mais R$ 500, comprar um transceptor digital também da Panasonic. Ele elimina a necessidade de fios entre o sistema e as caixas surround, o que facilita bastante a organização da casa. Nos dois casos, leva-se um pouco mais de uma hora para colocar tudo funcionando.

Por fim, o sistema mais caro (R$ 2.600) se mostrou também o de montagem mais complexa. No Sony DAV-DZ820KW, as caixas não se encaixam diretamente nos pedestais. É preciso parafusar hastes aos pedestais e depois parafusar as caixas às hastes. O UOL Tecnologia não pode precisar o tempo de montagem, já que o modelo enviado pela Sony para o teste veio com apenas dois pedestais (faltaram dois) e sem os parafusos necessários para que as caixas fossem presas às hastes.

Ponto positivo para as caixas surround, que usam conexão sem fio com o sistema, sem a necessidade de transceptores ou outros aparelhos adicionais, o que, mais uma vez, é sempre muito bem-vindo para quem não gosta de fios embaixo de tapetes.

Enfim, som de cinema
Passado o trauma da montagem (sim, ela pode ser traumática para alguns), vem a recompensa. Assistir a um DVD num sistema desses é uma experiência completamente diferente do convencional sistema DVD Player + TV e absolutamente incomparável com o paleozóico videocassete + TV. Os três sistemas testados possuem decoder Dolby Digital —sistema de som usado na grande maioria dos filmes— e dão ao usuário exatamente a sensação de movimento do som existente nos cinemas.

Os sistemas da Sony e da Panasonic contam ainda com decoders para outros sistemas de som como Dolby Pro-Logic e DTS Surround. Embora não sejam tão populares, é sempre um ponto mais para os que desejam estar preparados para o futuro. De resto, a qualidade de som dos três modelos impressiona.

Fora o som, as diferenças e similaridades ficam por conta de detalhes que, no geral, dizem mais respeito ao gosto pessoal e oferta de comodidade ao usuário do que à qualidade dos produtos. Os três sistemas contam com leitores de fotos digitais, substituindo o reprodutor de slides naquelas famosas reuniões de volta das férias.

Os três modelos avaliados também trazem um aparelho de DVD incluído. Outras diferenças: o Panasonic, por exemplo, tem carrossel para cinco discos, o que significa dizer que um aficcionado por seriados pode assistir a uma temporada inteira de Friends sem levantar do sofá. O sistema da Gradiente tem rádio AM/FM integrado e, como também lê CDs, pode substituir por inteiro um eventual aparelho de som. O modelo Sony conta com sistema de calibração de som que ajusta o sistema em mais ou menos um minuto.

Seus controles remotos são um caso à parte. Todos eles enormes, com inúmeros botões. É verdade que qualquer ajuste que se queira fazer no sistema de som pode ser feito pelo controle remoto. No entanto, no final das contas, só mesmo aquelas teclinhas já conhecidas dos usuários é que devem ser usadas com freqüência.

Cuidados extras
Muitos usuários se impressionam com a potência de som impressa nas caixas e folhetos, que normalmente utilizam medidas PMPO, que representam a potência máxima de pico. Os números, além de não representarem de fato a potência máxima do aparelho (leia: "Antes de comprar um home theater, entende a diferença entre PMPO e RMS"), podem não ser condizentes com as características físicas do ambiente: tamanho da sala, apartamentos, casas geminadas etc.

Os modelos testados pelo UOL Tecnologia têm nominações de potência bastante distintas. O da Panasonic promete 1000 Watts RMS, o da Gradiente anuncia 600 Watts RMS, e o da Sony, 1160 Watts RMS. Se você não tem uma sala com tratamento acústico, não mora em uma casa isolada dos vizinhos ou não tem uma sala de TV gigantesca, não deve se impressionar por estes números.

De qualquer forma, se seu espaço não é lá uma sala de cinema, talvez valha mais escolher o modelo pelas facilidades de montagem e opções wireless que pela potência, já que talvez você não possa extrapolar demais —e a maior vantagem seja ganhar um cinema caseiro sem ter que redecorar a sala incluindo montes de fios que atravessam o chão na estética do lugar.

Compartilhe:

    Últimas Notícias

    Hospedagem: UOL Host