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14/09/2007 - 07h00

Celulares passam de 3 megapixels, mas precisam de lentes melhores; veja teste

Marcelo Ayres

Para o UOL Tecnologia
Os celulares com câmeras digitais são uma verdadeira febre. Basta dar uma olhada em shows, festas e até na rua para ver os aparelhinhos substituindo câmeras tradicionais na hora de registrar imagens. Mas se a praticidade serve para facilitar o registro de flagrantes inesperados, o resultado da imagem ainda frustra na tela do computador, e é inferior ao das digitais comuns.

Boa parte dos aparelhos disponíveis no Brasil ainda têm câmeras com resolução de captura VGA, abaixo de 1 megapixel. Isso não confere ao aparelho uma foto com qualidade para impressão, muitas vezes com definição insuficiente até para a exibição digital em computadores. Mas agora os fabricantes de aparelhos celulares têm uma nova leva de produtos que chegam ao mercado com resolução de captura muito maior, a partir de 3 megapixels.

O UOL Tecnologia testou quatro destes modelos: Samsung SDH-D900, com 3 megapixels; Nokia N73 e SonyEricsson K790, com 3.2 megapixels; e Nokia N95, que tem resolução de captura de 5 megapixels.

O diferencial das câmeras digitais comuns em relação aos celulares costuma ser a lente, determinante para obter uma imagem de alta qualidade. A quantidade de megapixels ajuda a compor a imagem na hora da reprodução, mas o principal é feito pelas lentes no momento da captura.

Mesmo nos aparelhos com câmera acima de 3 megapixels, ainda faltam lentes de qualidade que possam captar bem a luz e definir melhor as diferenças e nuances de cor. Neste ponto vale o destaque para o Nokia N95 e para o modelo N73, que vêm equipados com lentes Carl Zeiss Tessar.

Uma outra indicação numérica que se observa na lente, f=2.8, é a relação da abertura do diafragma com os modos de zoom, o que influencia diretamente na luminosidade. Esta medida significa uma boa captação da luz. Quanto menor o número, melhor a abertura e, por conseqüência, melhor a luminosidade. Mesmo assim, o jogo de lentes ainda apresenta certa deficiência na hora da captura.

RESOLUÇÃO PARA IMPRIMIR
2,11800 x 120010 x 15
3,22100 x 150013 x 18
4,52500 x 180015 x 21
8,63600 x 240020 x 30
Captura(MP)Resolução (pixels)Tamanho
(cm)
O modelo da SonyEricsson K790i também tem abertura de f=2.8, e sua distância focal é de 5.2. O Samsung D900 não traz nas suas especificações qual a relação entre abertura e distância focal. No nosso teste, pudemos observar que as lentes do Samsung D900 têm um enquadramento que não reflete o que está sendo visto no visor de LCD, como as dos outros aparelhos.

Luz natural e flash
No teste fizemos fotos utilizando luz natural do dia para verificar o desempenho dos aparelhos. Neste item, todos eles tiveram um bom desempenho, com destaque para os dois aparelhos da Nokia. Veja nas fotos tiradas a diferença de área de captura de cada um. Observe que o Samsung D900 consegue capturar menos da cena que os outros aparelhos testados.

Compare fotos tiradas com luz natural

Nas fotos você pode verificar as diferenças de resultado de cada um. Os aparelhos da Nokia conseguem ter fotos mais equilibradas nas máximas e mínimas (luz e sombras) e nos meios-tons. O SonyEricsson K790i tende a deixar a foto mais "lavada", e o Samsung D900 deixa a imagem mais "fechada".

Outro ponto problemático do Samsung é em relação ao enquadramento: na hora de tirar a foto externa, o visor não mostrava a parede que apareceu na hora da foto.

Compare fotos em ambiente interno com luz natural

As fotos tiradas em um ambiente com luz natural vinda de uma janela ao lado da cena revelam a mesma tendência das fotos tiradas no exterior. Neste caso, é possível ver bem a diferença em relação à captura de luz. Os aparelhos da Nokia deixam a imagem mais próxima da real, com a luz que você vê para fotografar.

Já as fotos que utilizaram flash não trouxeram muita surpresa em nenhum dos aparelhos. A intensidade do flash é pequena em todos, e ele não deixa as imagens com um resultado muito interessante.

Compare fotos em ambiente fechado, à noite, com flash

Encaixe das mãos
As câmeras fotográficas digitais mais recentes vêm equipadas com um sistema de estabilização de imagens que reduz as fotos tremidas. Mas este recurso ainda não chegaram aos celulares.

Como os aparelhos não têm o design de uma câmera, o encaixe das mãos também fica devendo. É muito fácil tremer na hora de tirar uma foto. Neste quesito, saíram-se pior os aparelhos da Samsung e da SonyEricsson. Os dois modelos da Nokia podem ser segurados como se faz com as câmeras, e permitem um melhor encaixe das mãos. Mas, mesmo assim, não oferecem um encaixe ideal — várias das fotos tiradas no teste ficaram tremidas.

Espaço para armazenamento
Todos os celulares testados têm memória interna e possuem entrada para cartão de memória. O Nokia N95 tem o maior espaço interno, com 160 MB e entrada para cartões do tipo MicroSD. O modelo N73 tem slot para cartões do tipo MiniSD e memória interna de 46 MB.

O Samsung D900 tem capacidade de 60 MB e entrada para cartões do tipo TransFlash. O SonyEricsson K790i possui slot para cartões Memory Stick Micro e memória interna de 64 MB.

Em todos os aparelhos, o manuseio dos cartões de memória deve ser feito com cuidado —os celulares são muito pequenos, e o risco de danificar os contatos é grande.

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