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17/03/2011 - 07h00 / Atualizada 31/03/2011 - 14h41

Brechas no Skype põem em risco quem vive sob governos autoritários, diz entidade

Da Redação
  • Usuários utilizam videoconferência no Skype, programa de voz sobre IP

    Usuários utilizam videoconferência no Skype, programa de voz sobre IP

O serviço de telefonia e mensagens pela internet Skype ameaça a segurança pessoal de usuários que vivem em países com regimes opressivos devido a vulnerabilidades no software. O alerta foi divulgado nesta quarta (16) pela Privacy International, grupo de advocacia da área de Direitos Humanos. As informações são do “Guardian”.

O Skype – que tem cerca de 700 milhões de usuários no mundo, 20 milhões deles só na China –  tem falhas primárias de segurança, aponta a Privacy International.

Por exemplo, o uso de apelidos na interface do software no lugar dos IDs únicos criados no cadastro inicial na rede pode levar à fraude de identidade. Além disso, os downloads do Skype não utilizam uma conexão segura – como "https://..." – o que significa que outros sites ter o endereço principal mascarado e oferecer versões de software “comprometidas”.

Outro dado da entidade se refere à interceptação de chamadas do serviço de Voz sobre IP. O sistema de compressão usado no Skype, mesmo com encriptação, permite que frases sejam identificadas com 50% a 90% de exatidão. Esse sistema de segurança, desenvolvido pela própria empresa, codifica as ligações via internet entre os dois terminais de voz. Além disso, as chamadas não utilizam os protocolos VoIP padrões do mercado.

“A falta de cuidado do Skype com garantias de segurança continua a expor os usuários no mundo a riscos desnecessários”, adverte Eric King, conselheiro de tecnologia e direitos humanos da Privacy International.

Em contrapartida, o Skype informou ao “Guardian” que não foi contatado pela Privacy International para discutir os dados da pesquisa. A empresa disse que não teve tempo hábil para ler e sintetizar o relatório antes de se posicionar sobre o assunto.

Em 2006, um parceiro do Skype na China foi acusado de filtrar mensagens de textos escritas no chat do serviço, para que algumas palavras “proibidas” não aparecessem. Isso comprovaria que, mesmo com o sistema de encriptação, havia interferência de terceiros no aplicativo. A Privacy International afirma ainda que o governo chinês produziu um versão “infectada” do Skype para poder “interceptar, imitar e vigiar” usuários.

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