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18/03/2011 - 12h41 / Atualizada 20/04/2011 - 18h36

Rastreador de iPad perdido leva publicitária a perseguição policial pelas ruas de São Paulo

RODRIGO VITULLI||Do UOL Tecnologia
  • Arquivo Pessoal

    A publicitária Simone Mozilli colocou o rastreador no iPad e conseguiu recuperá-lo em São Paulo

Perder um iPad seria sinônimo de frustração para a maioria das pessoas. Não foi diferente com Simone Mozilli, 33, publicitária e fã da Apple que vive em São Paulo. Sem se conformar com o sumiço do tablet, há uma semana, Simone apostou em um serviço de localização oferecido pela própria Apple (que no seu caso funcionou em parte) para descobrir o paradeiro do eletrônico. E ela conseguiu de fato recuperá-lo, mas não sem antes acionar a polícia, perseguir o aparelho via GPS, narrar tudo pela web e receber um pedido de desculpas do local onde o portátil havia sido deixado dias antes. 

A publicitária sentiu falta do aparelho poucas horas depois de ter ido a uma agência do banco Santander, na avenida Brasil, na última quinta-feira (10). Ao UOL Tecnologia, ela contou que tirou todos os seus pertences da mochila para passar pela porta giratória. Quando recolheu tudo, não notou que faltava seu iPad – algo que só percebeu quando chegou em casa.

Depois de revirar todos os cômodos, lembrou do aplicativo gratuito Find My iPhone (veja como funciona), que permite localizar os gadgets da Apple remotamente. Após ter perdido sete iPhones (entre roubos e extravios), Simone cadastrou o tablet que poderia ser localizado em caso de perda.

A busca  
O Find My iPhone apontava a Avenida Conselheiro Carrão, na Zona Leste da capital, como a localização do iPad. A dona do aparelho não esteve naquela rua e diz que nem sabia como chegar lá. Com essas informações, a publicitária procurou na sexta-feira (11) o 30º DP para fazer uma queixa que deu origem à perseguição policial.

Acompanhada de policias do 8° Batalhão da Polícia Militar do Estado de São Paulo, Simone saiu pelas ruas em busca do tablet. “Foi uma verdadeira perseguição, saímos da delegacia cantando pneu e sacolejando no banco traseiro, enquanto as sirenes tocavam. Os policiais ficaram maravilhados quando viram o poder de rastreamento do meu celular. Enquanto andávamos, meu telefone passava de mão em mão, e eles diziam ‘é minha vez, deixa eu ver, deixa eu ver’.  Foi divertido’”, contou a publicitária.

O local correspondia a uma faculdade. Segundo Simone, por ordens da diretora da instituição, o único meio de encontrar o portador do aparelho seria na hora da saída. Mas os mais de 200 alunos que se aglomeravam no local permitiram que a pessoa procurada fosse embora sem ser encontrada. A perseguição então continuou pelas ruas até que uma falha de sinal apontou o novo paradeiro como sendo a rua Córrego do Bom Jesus, na Zona Leste da capital paulista. “Pronto, agora meu iPad aprendeu a nadar”, publicou a moça no Twitter. Fim da linha.

Ao UOL Tecnologia, o sargento José Luiz Fré, do 8° batalhão da PM, disse ter tido dificuldade no rastreamento, pois o sinal apontado no celular de Simone tinha atraso de alguns minutos em relação à localização exata do tablet.  

Enquanto tudo acontecia, Simone narrava pelo microblog o mistério do iPad perdido: “Depois de 5 dias, 4 viaturas, 11 policiais, idas e vindas a Guaianazes, abandonei a polícia e fui atrás do iPad sozinha, via Find iPhone.”, publicou. Mesmo assim não obteve sucesso.

'Find my iPad'
Na segunda-feira (14), Simone resolveu refazer todo o caminho que percorreu no dia da perda, voltando ao Santander. Descobriu que uma funcionária do banco estava com o aparelho – na agência, a publicitária soube que essa pessoa estudava na mesma faculdade onde o rastreador apontou como sendo o paradeiro do iPad no dia da perseguição. E morava na mesma região onde o sinal foi perdido.

Por intermédio da gerente da agência, Simone conseguiu recuperar o iPad. De acordo com a publicitária, o banco se desculpou e explicou que a funcionária havia guardado o aparelho em casa, mas esqueceu-se de avisar a dona. Ao UOL Tecnologia, o Santander enviou a seguinte nota: “A instituição financeira contatou a cliente e solucionou satisfatoriamente o caso em questão”. A publicitária não chegou a conversar com a pessoa que pegou seu tablet.

“Para minha surpresa, [o iPad ] foi parar na casa de uma funcionária do meu banco, o Banco Real. Descubro pelas filmagens que ela pegou 'emprestado’”, a publicitária postou no Twitter. Simone contou que o fundo de tela foi modificado e seus e-mails sumiram. “Tinha até uma página aberta no Safari com o título ‘Quatro passos para Deus’. Eu nunca fiz isso. Bom saber que os empréstimos do banco vão além dos financeiros.”

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