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10/05/2011 - 06h00 / Atualizada 02/06/2011 - 16h20

Ministro confirma produção do iPad no Brasil para julho e com desoneração fiscal

ANA IKEDA || Do UOL Tecnologia
  • Aloizio Mercadante, ministro da Ciência e Tecnologia, espera que produção de toda a cadeia de componentes dos tablets seja feita no país

    Aloizio Mercadante, ministro da Ciência e Tecnologia, espera que produção de toda a cadeia de componentes dos tablets seja feita no país

O ministro da Ciência e Tecnologia, Aloizio Mercadante, afirmou nesta segunda (9) que o cronograma para desoneração fiscal dos tablets está dentro do prazo para que a fabricação no país do iPad, tablet da Apple, comece em julho.

“Vamos dar o mesmo tratamento fiscal ao tablets que damos aos notebooks. Ao longo das próximas semanas essa questão [da isenção fiscal] estará resolvida”, ressaltou Mercadante ao UOL Tecnologia, após ministrar uma aula magna para estudantes de pós-graduação da Universidade Nove de Julho (Uninove), em São Paulo. “Até julho estaremos produzindo iPads no Brasil e depois vamos negociar investimentos mais estruturantes com as empresas”, completou.

Participam do grupo de trabalho para o fomento da fabricação no Brasil de tablets – não só os da Apple, como de outras fabricantes – os Ministérios da Ciência e Tecnologia; do Desenvolvimento, Indústria e Comércio; a Receita Federal e o Banco Nacional de Desenvolvimento (BNDES).

Falta que a Receita Federal confirme a classificação dos ultraportáteis como notebooks -- dessa forma haveria redução de 9,25% de PIS e Cofins para as empresas fabricantes, prevista no programa Computador para Todos. Há pressão por parte da Foxconn, empresa que produzirá o tablet da Apple, para que o governo acelere a questão tributária, conforme reportagem publicada pelo jornal Folha de S. Paulo (conteúdo exclusivo para assinantes) na última sexta (6).

A estratégia seguinte, explica o ministro, será negociar com as empresas estrangeiras a produção de toda a cadeia de componentes dos tablets, do box que dá sustentação ao equipamento aos semi-condutores e, inclusive, o display. “As fábricas estão todas na Ásia, mas o Brasil será o primeiro país no Ocidente a receber uma unidade de pesquisa e desenvolvimento de uma delas aqui”, disse.

Durante sua palestra, Mercadante ressaltou a presença de três dessas fabricantes asiáticas. A ZTE, estatal chinesa que produz eletrônicos portáteis, terá uma fábrica na cidade de Hortolândia (SP) e investirá cerca de US$ 200 milhões em solo nacional. A Huawei, que fabrica produtos para redes de telecomunicações, terá uma unidade em Campinas (SP), com investimento de US$ 300 milhões.

Já a Foxconn, que fará o maior injeção de capital entre elas, de US$ 12 bilhões, está no Brasil há cinco anos e tem planos de criar um “centro de conhecimento” para 100 mil trabalhadores brasileiros. Além da unidade em Manaus(AM), a empresa tem fábricas em Jundiaí e Indaiatuba (SP). O primeiro passo para a transferência de tecnologia será o treinamento de 200 engenheiros brasileiros na sede da empresa, na China, revelou o ministro.

Banda larga nas universidades

Universidades públicas e privadas deverão contar com o auxílio do Ministério da Ciência e Tecnologia para a ampliação de sua infraestrutura de internet rápida. Mercadante destacou que a existência de conexões de banda larga de até 10 Gbps (gigabits por segundo) é importante para que as universidades possam desenvolver melhor suas pesquisas, além de melhorar a comunicação e colaboração entre elas.

"É preciso inclusive pensar em soluções para conectar as regiões mais distantes. Não levar banda larga a elas é como amputar uma parte do futuro que elas poderiam ter”, afirmou.

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