Quem esperava mais um grande show da Apple na Macworld Expo de 2009 se decepcionou. Primeiramente abalado pela ausência de Steve Jobs, o último keynote da empresa da maçã na feira em São Francisco ainda contava com rumores de que seriam apresentados um netbook ou um iPhone nano. Nada disso porém foi visto na apresentação de Phill Schiller, vice-presidente sênior de marketing, que substitui Jobs.

Às sete da manhã, pouco mais de 272 pessoas aguardavam na porta do Moscone Center West para ver a apresentação inicial da feira. No ano passado, o mesmo número de pessoas já esperava ansioso às duas da manhã. A diferença reflete a pouca empolgação dos macmaníacos com a feira e o keynote deste ano. Já no primeiro dia de evento, poucas pessoas circulavam pelo local do evento para ver as convenções e pouco sabiam ou queriam saber do keynote da manhã seguinte. Parece o fim de uma era.

Daniel Dell, o primeiro da fila, chegou às seis da tarde de segunda-feira, mas ele não estava ansioso por nenhuma novidade da Apple. Estava ali para presenciar o momento marcante. Seu amigo, Alex Lee, de Dubai, seguia o mesmo espírito. "Queria um iCar, mas como não vão apresentar isso, estou aqui pelo evento", disse.

A sensação era de que o público estava mais curioso para ver a última apresentação da Apple do que esperando novos produtos. E como quase todos estavam neste espírito, o público gostou das atualizaçõs nos softwares do Macintosh e aplaudiu bastante a apresentação de Phill. Aplaudiram e gritaram tanto que até parecia que estavam anunciando algo revolucionário. De fato eram atualizações interessantes, mas nada que vá mudar o mundo da tecnologia como ocorreu com iPod ou iPhone.

Rob Thomas, de Dallas, ficou admirado com as novidades no iLife '09. "'É diferente do que seria com o Jobs, mas mesmo assim a apresentação foi muito boa". Para Jim Sendenhauf, de Michigan, Phill se saiu bem, mas ele esperava mais uma mágica da Apple, o que ele não viu este ano. Já Tom Piper, de São Francisco, contou que adorou o novo MacBook de 17 polegadas. "É um ótimo lançamento, a duração da bateria é surpreendente".

Neste ano menos exibidores vieram para a feira —são 400, contra 450 em 2008. O número de visitantes que ano passado beirou os 50 mil, este ano deve ficar próximo dos 45 mil. Segundo Paul Kent, vice-presidente e diretor geral do IDG Expo, a redução no número de participantes é resultado da crise econômica e não está relacionada à ausência de Jobs ou a saída da Apple da feira.

O pavilhão de exibição abriu hoje, logo após o keynote, mas a impressão que fica é que a Macworld perde seu brilho sem Jobs e sem a Apple, que por 11 anos costumou acrescentar "uma coisa mais" às tendências do mundo da tecnologia.

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