Muita gente já usa o celular não apenas para falar ou com as funções de smartphone, como GPS, internet e câmera. Os aparelhos podem ser muito úteis, por exemplo, na hora de fazer pagamentos.
A operadora Oi oferece um serviço chamado
Oi Paggo, uma espécie de cartão de crédito pelo celular. As transações são feitas por meio de torpedos SMS gratuitas, nos quais os clientes fornecem o número, recebem uma mensagem com os dados da compra e autorizam, também por SMS, por meio de uma senha a compra.
O serviço pode ser habilitado em lojas de varejo, internet, autônomos e tudo é feito por mensagens, sem depender de modelo de celular ou aplicativos. Por enquanto, segundo a assessoria de imprensa, o Oi Paggo está disponível apenas em algumas cidades do Rio de Janeiro, Minas Gerais, Bahia, Alagoas, Pernambuco, Ceará, Rio Grande do Norte e Paraíba.
Quem também entrou no mundo de pagamentos por celular foi o Sebrae-RJ. O projeto chamado de
Rede Ello Empreendedor começou no fim de julho a cadastrar algumas barracas localizadas nas praias do Leme, Copacabana, Ipanema e Leblon, no Rio de Janeiro.
Na primeira fase da iniciativa, cerca de 50 barracas já foram cadastradas. Basta o usuário criar uma conta no site para receber uma senha. Aí, é só fazer o pedido na barraca conveniada e autorizar a transação por meio de ligações gratuitas.
Já a Visa iniciou um projeto piloto de uma série de serviços para pagamentos com o celular. Os pagamentos serão feitos com o uso da tecnologia Near Field Communication (NFC), implementada no hardware dos celulares pela Nokia, permite aos clientes aproximarem os aparelhos nos pontos de venda credenciados para efetuar a compra.
De acordo com Percival Jatobá, diretor de produtos da Visa, a Anatel já deu autorização para esse tipo de transação e o projeto piloto, em parceria com o Banco do Brasil, Bradesco, Nokia e a operadora Claro vai até o fim do ano.
"Precisamos testar a receptividade do modelo. O trabalho é feito em fases e não há previsão de quando o pagamento estará no Brasil, mas queremos liberar logo para o mercado comercial", disse.
Um dos problemas é a tecnologia NFC, distribuída, por enquanto, em celulares da Nokia. No mercado mundial existe apenas um modelo de telefone com NFC. Um outro produto deve chegar à Europa em outubro, mas, segundo a assessoria da empresa, não há data para ser vendido no Brasil.
Enquanto isso, a Visa aposta, ainda no projeto piloto, em outras formas de uso do celular para efetuar transações. Uma delas é o Mobile Pay, programa de pagamentos remotos por SMS. Semelhante ao serviço da Oi Paggo, o usuário associa um cartão de débito ou crédito da Visa e autentica os negócios por mensagens diretamente com o banco.
Já em transferências financeiras, a empresa desenvolveu o Mobile Money Transfer. A partir de um aplicativo, o cliente usa o celular para enviar ou receber dinheiro para outro telefone previamente associado a um cartão Visa.
Outra aposta é no que diz respeito a valores agregados. Efetivamente, o cliente não realiza nenhuma operação financeira, mas recebe alertas sobre transações feitas pelo cartão, além de mensagens de ofertas ou promoções móveis e customizadas.
Mas, segundo Jatobá, para tudo isso funcionar, é preciso que haja uma aceitação móvel por parte dos clientes e estabelecimentos comerciais, de modo a "habilitar o celular para receber transações fiscais".
Por fim, Jatobá comentou que a infra-estrutura da rede não será um problema, já que a Visa possui a tecnologia contactless disponível e é integrada com todos os estabelecimentos, como bancos, lojas ou operadoras de celular.
"Temos que expandir a aceitação da tecnologia sem contato. O princípio da Visa é de não exclusividade e total interoperabilidade. Todos farão parte do projeto", concluiu.
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