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02/02/2011 - 07h00 / Atualizada 02/02/2011 - 07h00

Saiba quem está no comando da Apple durante a ausência de Steve Jobs

ANA IKEDA || Do UOL Tecnologia
  • Tim Cook está desde 1998 na Apple e participou do processo de recuperação da empresa

    Tim Cook está desde 1998 na Apple e participou do processo de recuperação da empresa

Em 11 de janeiro, no lançamento do iPhone 4 pela operadora americana Verizon, sentimos falta do homem franzino de jeans e camiseta preta no palco, chefe executivo e um dos fundadores da empresa de tecnologia mais valiosa do mundo. No lugar de Steve Jobs, estava Tim Cook, chefe de operações da Apple. Uma semana depois, Jobs anunciou mais um afastamento do comando da Apple por problemas de saúde. E quem ficou em seu lugar? Cook, mais uma vez.

Pouco conhecido pelo grande público, o segundo executivo na hierarquia da Apple, no entanto, é uma figura familiar no mercado de tecnologia. Essa já é a terceira vez que Cook assume as funções de Jobs enquanto o CEO cuida da saúde. A primeira vez foi em 2004, durante dois meses, enquanto Jobs se recuperava de uma cirurgia para remoção de um tumor no pâncreas. A segunda, em 2009, por cerca de seis meses, quando Jobs passou por um transplante de fígado.

Tido como “discreto” e “prático”, Cook é o substituto definitivo mais provável para o posto de executivo principal da Apple, caso Jobs se aposente. O atual chefe de operações garantiu o cumprimento do cronograma de lançamentos da Apple nas ocasiões em que Jobs esteve ausente e, ainda que longe de ter o mesmo apelo “visionário” do fundador da empresa, Cook tem a confiança de investidores e analistas. Executivos que já trabalharam na empresa disseram ao jornal “Financial Times” que a Apple está em “boas mãos” e que Cook é tão exigente quanto Jobs.

Numa comparação entre os dois executivos da empresa, o “New York Times” descreveu Jobs como “obcecado por cada detalhe dos produtos da Apple”, enquanto Cook é “obcecado com todas as minúcias de pouco glamour das operações da Apple”. A reportagem afirma que foram as habilidades complementares dos dois que ajudaram a Apple a “dar a volta por cima”, passando de “empresa prestes a falir” a “empresa de tecnologia mais valiosa do mundo”, ultrapassando o posto ocupado pela Microsoft até meados de 2010. 

Se a licença médica de Jobs se estender pelos próximos meses, Cook será o responsável por acompanhar grandes (e para lá de estratégicos) novos produtos: nesta quarta (2), a Apple participará do lançamento do primeiro jornal para iPad com a News Corp; rumores indicam que a segunda geração do tablet também está a caminho ainda neste primeiro semestre; por último, vem o iPhone 5 – as novas versões do smartphone da Apple são “religiosamente” apresentadas no mês de junho.

Trajetória

Timothy D. Cook, 50, foi parar na Apple numa época em que lhe diriam que essa poderia ser uma das piores decisões de sua carreira profissional. Em 1998, ele trabalhava para a Compaq, como vice-presidente de materiais corporativos. A fabricante de computadores passava naquele ano por uma maré muito melhor que a da Apple, que estava à beira de um colapso financeiro. Antes da Compaq, ele passou 12 anos na IBM, como diretor na América do Norte.

Sobre sua determinação em aceitar um cargo na Apple, Cook chegou a afirmar em um discurso em 2010 a formandos da Universidade de Auburn, onde duas décadas antes cursou Engenharia Industrial, que sua descoberta mais significativa na vida até o momento tinha sido uma única decisão: a de entrar na Apple. “Trabalhar na Apple não estava em nenhum plano que eu tenha traçado para mim mesmo, mas foi sem dúvida a melhor decisão que eu já tomei”, disse na ocasião.

“Em menos de 5 minutos da minha entrevista com Steve [Jobs], eu quis jogar a lógica e o cuidado ao vento e me juntar à Apple. Era uma oportunidade única na vida, trabalhar com um gênio criativo e ser um dos executivos do time que ressuscitou uma grande companhia americana.”

Ele foi contratado inicialmente para supervisionar a produção de computadores da empresa. Em 2007 passou ao cargo de COO (Chief Operating Officer – Chefe de Operações).

Além do diploma de Engenharia Industrial na Universidade Auburn, Cook tem o título de MBA pela Universidade de Duke.

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