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27/04/2010 - 21h14 / Atualizada 13/05/2010 - 16h31

Spammers contratam estudantes para digitarem letras e números de filtros antispam

Da Redação

Com o crescente número de mecanismos para evitar a ação de spams, alguns spammers estão pagando pessoas de países em desenvolvimento (como China, Índia, Bangladesh) para resolver testes de segurança conhecidos como captcha — quando o usuário precisa digitar algum código (letras e números) para provar que não é um robô ou que está executando um código malicioso. As informações são do “The New York Times”.

A cada mil caixas de código captcha decifrada, as pessoas recebem dos spammers de US$0,80 e US$ 1,20, de acordo com o site Freelancer.com. A página, que reúne trabalho para profissionais autônomos, recebe uma série de projetos para “decifrar” esse tipo de código.

O professor de ciências da computação da Universidade Carnegie Mellon e um dos inventores do código captcha, Luis Von Ahn, estima que milhares de pessoas no mundo, em países em desenvolvimento, estão resolvendo esses quebra-cabeças pelo pagamento.

Ficar em frente a uma tela de computador por horas para decifrar caracteres e digitá-los em uma caixa de texto - para fazer com que uma mensagem de spam chegue ao destinatário - é um trabalho monótono. E o pagamento não é alto, quando comparado com outras ocupações tradicionais.

Ainda que isso pareça uma proposta atraente para jovens de países em desenvolvimento, onde um salário de US$ 0,50 por hora é considerado decente, um trabalhador do campo, sem instrução, ganha US$ 2 por dia em alguns lugares na Índia.

Ariful Islam Shaon, 20, estudante de Bangladesh, disse que tem uma equipe de 30 pessoas que trabalham para preencher captchas. Segundo ele, os estudantes ganham ao menos US$ 15 em uma quinzena, trabalhando de 2,5 horas a 3 horas por dia. “Não é muito, mas é um dinheiro que entra fácil por um pequeno esforço para ajudar na renda”, disse ele à reportagem via chat ao jornal americano.

Executivos de companhias da internet como o Google dizem não se preocuparem com isso, pois a empresa tem várias ferramentas para se prevenir dos “resolvedores” de captcha. Alguns sites da empresa, inclusive, enviam confirmação de códigos através de SMS.

“Nosso objetivo é fazer com que a criação de contas em massa seja cada vez menos atrativa aos spammers, e o fato de os spammers pagarem pessoas para fazer esse tipo de serviço é porque a ferramenta está funcionando”, disse Macduff Hughes, que é diretor de engenharia do Google.

Von Ahn afirma que o custo em admitir pessoas, por mais que pareça barato, deve limitar o aumento desse tipo de operações de quebra de códigos. “Apenas as pessoas que realmente ganham dinheiro, vão continuar fazendo isso”, complementou.

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