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Campus Party 2012

Notícias, fotos e vídeos sobre o acampamento para fãs de tecnologia, realizado de 6 a 12 de fevereiro em São Paulo

  • Imagem: Willians Valente/UOL

12/02/2012 - 07h00 / Atualizada 13/02/2012 - 10h02

Conexão ultrarrápida e furtos marcam quinta edição da Campus Party no Brasil

Do UOL, em São Paulo

Com conexão recorde de 20 Gbps (gigabits por segundo), a quinta edição brasileira do encontro de tecnologia Campus Party foi realizada pela primeira vez no Centro de Exposições Anhembi durante esta semana. Neste domingo (12), quando o evento chega ao fim, é literalmente hora de levantar acampamento.

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A empolgação dos chamados campuseiros com a possibilidade de baixar e subir conteúdo na internet tão rapidamente), no entanto, dividiu espaço com diversos relatos de furto, a detenção em flagrante de um suspeito de cometer esse crime e protestos dos participantes contra a falta de segurança no local.

Em sua primeira edição no Brasil, em 2008, o evento internacional para fãs de tecnologia tinha conexão de 5 Gbps. No ano seguinte, a capacidade dobrou e se manteve assim até 2011. A velocidade anunciada para 2012 no Anhembi (20 Gbps) corresponde a 20 mil vezes a de 1 Mbps, proposta pelo Governo no PNBL (Plano Nacional de Banda Larga). Como nos outros anos, no entanto, a capacidade de conexão -- dividida entre os usuários -- só foi oferecida via cabo. Nada de Wi-Fi.

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Os chamados campuseiros baixaram em seus computadores filmes, séries e músicas. No entanto, segundo a organização, a quantidade de arquivos subidos era maior do que a de conteúdo baixado. Em entrevista ao UOL Tecnologia, o diretor de inovação Polkan Garcia deu os números registrados na ocasião: 7 GB de upload contra 5 GB de download.

Os participantes pagaram de R$ 150 a R$ 300 para passar a semana no local, com uma agenda intensa de palestras e debates. Também segundo a organização, dos 7.000 pagantes, a expectativa era que 5.000 ficassem acampados no local. Outras cerca de 200 mil pessoas eram esperadas na área de exposição com acesso gratuito, onde o público podia participar de diversas atividades: jogar videogames, fazer maquiagem, barba e até tirar uma foto com Silvio Santos. Não o verdadeiro, claro.

O evento proíbe a entrada e consumo de bebida alcoólica e, por isso, alguns campuseiros criaram a Campus Party B, realizada fora do Anhembi a partir das 23h. Os participantes iam ao evento extraoficial para conhecer gente nova, tomar cervejas e, quem sabe, se dar bem (naquele sentido, mesmo). Por R$ 15, os organizadores da Campus Party B ofereciam uma noite open bar -- os vendedores ambulantes cobravam R$ 10 por três latinhas.

Calor

Com os termômetros em São Paulo acima dos 30ºC durante toda a semana, o camping para fãs de tecnologia testou a tolerância do público ao calor. A organização informou que o espaço possui 260 ventiladores fixos (localizados no teto do pavilhão nas áreas de exposição, camping e arena), mas nem eles foram suficientes para garantir uma temperatura minimamente suportável. Foram então providenciados mais 34 ventiladores móveis para a arena.

O jeito foi improvisar: muitos campuseiros levaram seus próprios ventiladores de casa. João Pedro, 18, levou 20 kg em equipamentos do bairro de Higienópolis em São Paulo, exceto o item praticamente indispensável na Campus Party. “Quando percebi o calor que estava aqui, pedi para minha mãe trazer o ventilador de casa pra mim.”

Na contramão do cenário de intenso calor está o nitrogênio que foi levado ao local para o recorde de overclocking (técnica que força dispositivos do computador a uma potência maior que a convencional; veja fotos): por conta do elemento, as peças chegam a 100º C negativos.

Outro problema causado pelo tempo foi uma forte chuva na terça-feira (7), que atingiu o local causando estragos como uma lona rasgada e divisórias derrubadas. A água também respingou em algumas áreas do evento e alguns campuseiros relataram que a parte de exposição, aberta ao público, estava alagada. A organização afirmou que a entrada e saída de visitantes ficou interrompida “por um curto período”. Participantes também tiveram de segurar um painel que ameaçava cair por causa do vento.

A primeira edição da Campus Party no Anhembi também ficou devendo em relação à acessibilidade, com deficientes físicos fazendo queixas sobre a adaptação do pavilhão. O técnico de software Flávio Tamura, 33, fez uma avaliação do local para o UOL Tecnologia relatando problemas com rampas e, principalmente, com o banheiro.

Furtos

A onda de furtos no local teve um estopim na noite de sexta-feira (10), quando vários campuseiros protestaram carregando até barracas no ar. A mobilização fez Mario Teza, um dos organizadores do evento, parar a palestra de Julien Forgeaud, executivo da empresa de “Angry Birds”, para convocar uma assembleia.

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Começou então uma “lavação de roupa suja” entre representantes do evento e os participantes, que reclamam sobre a falta de segurança no local. A organização prometeu aumentar o quadro de funcionários para fiscalizar a área de camping. Mas isso somente na penúltima noite do acampamento, quando já haviam sido reportados o furto de computadores, mochilas, dinheiro, celular, periféricos e até roupas de dentro das barracas.

Os participantes relataram a facilidade em entrar na área paga do evento. Eles também afirmaram que os seguranças, em vez de cuidarem da área de camping, dormiam durante a noite. Queixaram-se sobre a política “austera”, que não deixou uma garota entrar com um alicate de unha. E falaram sobre uma presença que causou surpresa no local: “Como pode uma mendiga entrar no evento?”, questionou um dos participantes.

A campuseira Nilma Santos, 20, afirma ter sido furtada na madrugada de quinta (9) para sexta-feira na área de camping. Nilma disse que, de eletrônico, somente seu celular desapareceu. A jovem que foi até o evento com a caravana da Bahia disse que também sumiram de sua barraca dinheiro, roupas, brindes. “As roupas estavam todas molhadas na barraca", disse ao UOL Tecnologia.

Já Kenneth Corrêa, 28, relatou que estava assistindo a uma palestra na terça, quando começou a chover. Assustados, os participantes deixaram as cadeiras com medo de o palco cair. Nessa hora, Corrêa olhou para o lado e disse ter notado o sumiço de sua mochila. O prejuízo, estimado por ele mesmo, foi de R$ 4 mil.

Na tarde de quinta (9), a polícia prendeu um jovem colombiano que furtou três laptops de campuseiros. Ele, segundo testemunha ouvida pela reportagem, conseguiu entrar no evento sem identificação e colocou os computadores em uma mochila. Um participante estranhou o comportamento do suspeito e alertou os responsáveis. Em tese, sem credencial ou mesmo com a credencial de outra pessoa, o suspeito não poderia nem ter entrado.

Apesar de a própria polícia ter apontado o campuseiro como testemunha, a organização do evento tem outra versão para a história. Em comunicado, a assessoria de imprensa informou que o suspeito foi preso em função do “forte esquema de segurança”. “Houve o flagrante de um suspeito que portava três notebooks em sua mochila ao passar pela segurança que monitora a saída da Arena dos Campuseiros”, informou a nota.

Os furtos foram registrados na Deatur (Delegacia de Apoio ao Turista), que fica bem em frente ao local do evento, no Anhembi. É possível que a delegacia divulgue um balanço dos crimes após a conclusão do evento.

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