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23/01/2012 - 07h26 / Atualizada 23/01/2012 - 12h52

Fundador do Megaupload se diz inocente, mas continua preso; EUA querem extradição

Um tribunal da Nova Zelândia ordenou nesta segunda-feira (23) que o fundador do site de compartilhamento de arquivos Megaupload continuasse preso. O alemão Kim Schmitz, também conhecido como Kim Dotcom, nega acusações de pirataria na internet e lavagem de dinheiro e diz que as autoridades estão tentando fazer a pior imagem possível dele. Os EUA querem extraditá-lo.

A procuradora Anne Toohey afirmou em audiência que Schmitz era um risco "no ponto extremo da escala" porque teria acesso a fundos, múltiplas identidades e um histórico de fugir de acusações criminais. "O FBI acredita que as somas de dinheiro identificadas não representam todas as contas bancárias do senhor Dotcom", disse.

No entanto, o advogado de Dotcom disse que seu cliente não representa risco de fugir ou retomar seus negócios. Segundo a defesa, o alemão vem cooperando plenamente com a Justiça, teve os passaportes apreendidos e os fundos congelados.

O juiz David McNaughton diz que aplicar uma fiança seria bastante complicado para uma decisão imediata, acrescentando que anunciará uma decisão por escrito até quarta-feira (25). "Dada a dimensão dos assuntos cobertos pelo processo de fiança e a seriedade do tema, vou reservar minha decisão", disse.

Autoridades norte-americanas querem extraditar Dotcom sob alegações de que ele arquitetou um esquema que arrecadou mais de US$ 175 milhões em poucos anos, copiando e distribuindo sem autorização músicas, filmes e outros conteúdos protegidos por direitos autorais. A defesa argumenta que o Megaupload.com simplesmente oferecia armazenamento online.

A empresa e sete de seus executivos foram acusados de participar do suposto esquema para oferecer material na internet sem compensar os detentores de direitos autorais.

 

Prisão
A polícia da Nova Zelândia revelou detalhes sobre a prisão de Kim Dotcom. Ele foi um dos quatro homens detidos na sexta-feira (20), um dia antes de seu 38º aniversário, em uma investigação do site Megaupload.com conduzida pelo FBI, a polícia federal norte-americana.

Um funcionário da polícia afirmou que dezenas de policias, com o apoio de helicópteros, forçaram a entrada na mansão, situada em uma luxuosa área de fazendas da Nova Zelândia, após Dotcom ter negado permissão para sua entrada.

"Apesar de nossa equipe ter se identificado claramente, o Sr. Dotcom voltou para dentro da casa e ativou uma série de mecanismos de travas eletrônicas", disse o inspetor-detetive Grant Wormald, da agência de crimes organizados e financeiros da Nova Zelândia. Policiais quebraram as travas e Dotcom formou uma barricada em torno de uma sala com um cofre, sendo preciso que a polícia abrisse caminho para chegar a ele.

"Quando eles obtiveram passagem para essa sala, encontraram o Sr. Dotcom perto de uma arma de fogo parecida com uma espingarda encurtada", disse. "Definitivamente não foi tão simples como bater na porta da frente."

Redes de TV mostraram imagens de seus carros, entre eles um Cadillac cor-de-rosa e um Rolls-Royce Drophead Coupe, quando eram removidos da propriedade, uma das maiores e mais caras do país.

O site Megaupload.com foi desativado por autoridades norte-americanas sob acusações de distribuir ilegalmente material protegido por direitos autorais. Além das prisões, autoridades na Nova Zelândia apreenderam dinheiro, servidores, nomes de domínio e outros ativos nos Estados Unidos e em vários outros países.

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