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27/02/2008 - 07h00

Seriados usam recursos multimídia para sair da TV e conquistar a Web

LILIAN FERREIRA | UOL Tecnologia
Assistir à televisão sentado no sofá está virando coisa do passado. Com fãs cada vez mais jovens e conectados, as séries de TV reforçam suas características multimídia e invadem a Internet com transmissão online, episódios para celular, podcasts com os autores, paródias virtuais e downloads.

Wallpapers com os atores, pequenos jogos e emoticons e GIFs animados para mensageiros instantâneos já são comuns nos sites das emissoras, que também trazem sinopses e programação. Seriados como "Desperate Housewives" e "Os Simpsons" ganharam jogos para PC; "Grey's Anatomy" e "Heroes", versões de games para celular. Já Lost deve ter um superjogo para Playstation 3.

SÉRIES ALÉM DA TV
Reprodução
Lost é exemplo de integração de mídias
SERIADOS EM NOVAS MÍDIAS
COMUNIDADES REÚNEM FÃS
Série dos novos tempos?

Por falar em Lost, talvez esta seja a primeira série dos novos tempos. Totalmente integrada à Internet, a produção tem conversas entre fãs e os criadores, episódios especiais para celular e games que desvendam mistérios.

Além de toda a discussão sobre os mistérios da ilha —que acaloram fóruns e debates na rede—, os próprios criadores "descobriram" que podem trabalhar com outras mídias paralelamente à TV.

Primeiro criaram um site para a companhia aérea Oceanic Airlines e para a Hanso Foundation, companhias fictícias, mas que possuem sites reais. Depois vieram os podcasts, em que os roteiristas Carlton Cuse e Damon Lindelof falavam sobre a série e tiravam dúvidas de internautas (claro, muitas vezes mais aumentando do que diminuindo os mistérios).

No site, há ainda a possibilidade de gerar apelidos dados por Sawyer na série e ver a conexão entre os personagens.

Talvez o ápice tenha sido a criação do jogo de realidade alternativa
(ARG) Lost Experience, desenvolvido pelos produtores da série para expandir e dar dicas do enredo. Os fãs participam seguindo pistas que chegam por e-mail, por telefone e até por comerciais. São novos personagens que ajudam a desvendar alguns segredos que não foram revelados na TV. Além disso, o jogo induz à troca de informações pela Web entre os participantes para coordenar as informações.

Séries no celular

Os produtores ainda desenvolveram episódios curtos para celular entre uma temporada e outra para manter a atenção dos fãs e entrar na onda da mobilidade. Chamados de "Missing Pieces" (Pedaços Perdidos), foram 13 "mobisódios" com situações que ajudam a entender os mistérios da série. Agora, eles estão disponíveis no site da emissora.

A NBC Universal também disponibiliza pelo celular episódios de programas de sucesso, como "The Office" e "Heroes". E a tendência é que todas as emissoras comecem a fornecer conteúdo móvel. A própria NBC tem uma parte em seu site toda voltada ao celular, com páginas especiais para serem acessadas pelo aparelho e com jogos.

A Fox do Brasil, que transmite no país "Dexter", "24 horas" e "Os Simpsons", por exemplo, também tem um site com material para celular, o My Fox. A empresa firmou parcerias com Claro, TIM e Oi para download de papéis de parede, protetores de tela, toques e trechos de vídeos.

Episódios na Internet

É difícil pensar em na rede sem considerar o download de arquivos —e enquanto o público brasileiro espera as temporadas dos EUA chegarem por aqui, muitos fãs apelam para o download ilegal. Segundo o site de torrents Mininova, as séries são os arquivos mais baixados. No top 10, oito são séries, e "Heroes" ocupa os quatro primeiros lugares.

A lei do Brasil caracteriza como crime a transmissão dos arquivos, mas permite a cópia para backup. Entretanto, torna-se cada vez mais difícil impedir isso. Se antigamente era comum emprestar CDs e fitas VHS, agora a mídia digital é que se encarrega da tarefa.

A Sony, responsável pela AXN e Sony Entertainment no Brasil, e a Fox, que transmitem séries como "Lost", "Dexter", "24 horas" e "CSI", por exemplo, dizem que o download ilegal não atrapalha a audiência —e até pode aumentá-la por todo o "boca-a-boca" que gera em torno das séries. Como, por contrato, elas não podem exibir as temporadas logo após os EUA, o download acaba por aumentar o interesse pela série.

Pesquisa feita pela CBS, por exemplo, mostrou que mais da metade das pessoas que baixaram programas na Internet nunca os tinha visto, mas acabou virando fã. Fora as séries antigas, que não passam mais na TV e podem ser baixadas —o que, segundo o estudo, chega a impulsionar as vendas de DVD.

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