O Bodefone de Tauá (340 km de Fortaleza) é apenas um dos projetos que estão transformando o local em um centro digital dentro do sertão cearense. Para se chegar à sua implantação foi necessário incluir a população tauaense no mundo da tecnologia e da grande rede mundial de computadores. Um desafio grande, considerando que apenas 0,73% dos mais de 50 mil habitantes da cidade estavam incluídos no mundo digital.
De dois anos para cá, esse número saltou para 16,1%. Resultado do programa Cidade Digital, que ofereceu cursos gratuitos de informática e acesso livre à Internet banda larga através de um provedor municipal e Ilhas Digitais (espécie de lan houses gratuitas).
Uma das preocupações com a instalação dessa rede gratuita de acesso à Web era o eventual risco de que a iniciativa pudesse acabar com as poucas lan houses que existiam. Mas o efeito gerado foi exatamente o inverso. "Antes eram três lan houses. Hoje são 16 e ainda temos sete empresas de informática, que fazem concertos e vendem computadores. É o início de uma mudança até no perfil econômico da cidade", conta Alexciano Martins, assessor técnico da Cidade Digital.
Mais do que as Ilhas Digitais, a Prefeitura também disponibiliza acesso gratuito à Internet wireless em alguns pontos do município, como a Praça Central e a rodoviária.
O projeto começou em uma parceria da Prefeitura com o Ministério das Comunicações. "O convênio nos disponibilizou R$ 800 mil para a compra de equipamentos e instalação de estruturas", conta o assessor de projetos de tecnologia da informação da Prefeitura de Tauá, Alexiano Martins.
Hoje, o custo do link na cidade é a maior dificuldade encontrada até agora pela administração para atender à demanda da população. Apenas uma operadora de Internet banda larga opera em Tauá, encarecendo muito o preço do serviço. Para se ter uma idéia, conta municipal fica em R$ 16 mil mensais por uma conexão de 5 MB.