O processo de digitalização de Tauá, no Ceará, acabou gerando alguns outros programas curiosos. Hoje, existe um projeto chamado "Tele Saudade". Pessoas que têm parentes, filhos, pais, mães ou irmãos morando fora do município podem conversar com seus entes distantes por videoconferência.

Funciona da seguinte forma: a pessoa utiliza o Bodefone de graça para marcar um encontro virtual com o familiar fora do Estado. Depois, no dia e hora marcado, a pessoa ou família vai até uma Ilha Digital ou à sede da Cidade Digital e, com o auxílio de microfones e webcams, pode ver e ouvir o parente querido que está a milhares de quilômetros de distância. "É emocionante ver o encontro de alguns parentes que não se vêem faz muitos anos, já que foram separados pela dificuldade da terra aqui. Isso é uma verdadeira mudança na esperança e na forma de encarar a vida", diz Alexciano Martins, assessor técnico do projeto-mãe.

A cultura high não termina nos reencontros. A conectividade atual do município é surpreende. Não é raro encontrar pelas ruas um agente comunitário de saúde (ACS) participante do Programa Saúde da Família na cidade munido de palmtop para fazer a coleta de dados dos moradores das comunidades.

De acordo com o secretário de Ciência, Tecnologia e Empreendedorismo do município, João Álcimo Viana Lima, Tauá foi a primeira cidade do Brasil a digitalizar todo o trabalho dos agentes comunitários. "Essa atividade é importante para agilizar o trabalho e armazenar com maior segurança e organização os dados da população", conta o secretário.

Planos para um futuro de ponta

O futuro da ampliação da conectividade de Tauá depende agora de uma medida do governo do Ceará. É esperado para os próximos anos que todas as regiões do Estado recebam cabos de fibras ópticas através de um verdadeiro cinturão digital.

Além disso, a cidade está cotada para receber ainda em 2008 um empreendimento que poderá alavancar suas possibilidades.

Grupos estrangeiros pretendem investir US$ 256 milhões na construção da maior usina de energia solar da América Latina - e terceira maior do mundo - no município. O plano prevê cerca de 150 hectares de placas captando energia solar, em uma região onde a incidência dos raios de sol está entre as maiores do mundo. A expectativa é que as obras comecem já este ano, empregando diretamente mais de mil trabalhadores.

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