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09/04/2009 - 07h01

Conheça o Miguxês, o Tiopês e o 1337

BÁRBARA AXT | PARA o UOL Tecnologia
Então, já sabemos que as abreviações surgiram por uma boa razão e muito antes da internet. Mas por que tem gente que IxCrEvI aXiM, se isso dá muito mais trabalho?

Nesse caso a escolha do jeito de escrever não tem nada a ver com a praticidade, é uma forma de se identificar com outras pessoas do mesmo grupo ou de transmitir, por meio da escrita, coisas que normalmente não seriam possíveis de transmitir.

Todo mundo que já discutiu em um chat ou brigou por email sabe que a entonação das palavras, o jeito de falar e até mesmo a cara de quem está falando fazem falta e são partes importantíssimas da comunicação, muitas vezes essenciais para evitar mal entendidos.

Pois bem, o que muitas vezes as pessoas tentam fazer na linguagem mais informal da internet é transmitir entonações e jeitos de falar por meio da escrita. Quando alguém lê uma frase em Miguxês como "MiGUxXxAh...kI saUdAdi!!!!! EU aDOoluu voxXeeh!!!!!" já sabe exatamente qual o tipo de entonação a pessoa que escreveu está querendo passar.

Usar uma carinha no final de um texto, ou incluir "hahaha", ou "rs", é uma forma de mostrar que se está fazendo uma piada. "Você é ridículo :)" é certamente menos ofensivo do que a mesma frase sem o emoticon —a carinha.

O Tiopês

Como toda ação causa uma reação, a popularização de maneiras alternativas de escrita foram se tornando onipresentes e algumas pessoas começaram a criar maneiras de fazer piada com isso.

E foi assim que surgiu o Tiopês, um amontoado de erros de digitação, ortografia e gramática. Segundo a comunidade do orkut "Tiopês, A Revolução", que tem praticamente 8 mil pessoas, "a intenção do Tiopês é simular um indivíduo com completa falta de bom senso, cultura digital e de língua portuguesa, dando um tom de comicidade à fala do autor."

A parte triste dessa história é que muitas das expressões de tiopês surgiram de erros cometidos involuntariamente, como é o caso de "cerumano" (ser humano), "corrão" (corram), "comofas/" (como faz?) &mdashque ficou bem popular no Twitter— ou "concegi" (conseguir).

Na opinião de Mario Amaya, fotógrafo e ilustrador que usa internet desde 1996, isso é coisa do pessoal mais antigo, que usa a web há bastante tempo. De fato, a mania de escrever errado de propósito vem desde a época dos primeiros chats.

No ano passado o blog Cersibon fez bastante sucesso com tirinhas muito toscas escritas em um tiopês quase incompreensível.

1337

Seguindo um caminho totalmente diferente, o 1337, ou Leet, é uma linguagem que substitui caracteres por números e pontuações. Surgiu como linguagem de hackers ("leet" seria uma abreviação da palavra "elite"), para poderem enganar os sistemas automáticos de censura de chats e emails, que bloqueavam palavrões, palavras relacionadas a sexo, drogas e outros termos específicos.

Com o tempo, foi ficando cada vez mais popular e hoje em dia um hacker que se preze não usa mais 1337, por uma razão muito óbvia: qualquer n008 (noob, ou "novato") é capaz de entender. Existe até mesmo uma página do Google em leet.

Veja a mesma frase escrita em dois tipos diferentes de leet. E em português:

F1c4 35qu15170, m45 d4 p4r4 3n73nd3r. 0u n40?

|=1(@ 3$q|_|1$1+0, |\/|@$ [)@ |*@|2@ 3|\|+3|\|[)3|2. 0|_| |\|@0?

Fica esquisito, mas dá para entender. Ou não?

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