Ao empunhar o iPhone 4 para fazer ligações, nota-se uma redução de sinal ao colocar os dedos da mão esquerda sobre a antena. A intensidade caiu, houve oscilações no som da conversa, mas foi possível terminar o bate-papo. Isso não quer dizer que o aparelho da Apple é uma porcaria que não serve para telefonar, mas sim que ele é mais fraco entre os concorrentes avaliados nesse quesito (realizamos o mesmo teste, em cinco situações diferentes, com Sony Ericsson X10 Xperia, Samsung Galaxy S, Motorola Milestone 2, Nokia N8 e nenhum deles apresentou problemas).
Então você se pergunta: se um telefone não serve para falar, serviria para quê? A resposta está no próprio aparelho: serve para todo o resto (além de falar, como já explicamos acima). O smartphone da empresa da maçã continua imbatível quando o assunto é facilidade de uso. Qualquer criança semialfabetizada ou um adulto sem muita instrução consegue fazer o que quiser com o telefone, simplesmente brincando e mexendo no aparelho por vários minutos ou poucas horas.
Além da interface intuitiva, com rolagem suave horizontal ou vertical, o iPhone 4 funciona muito bem no quesito multitarefa. É possível alternar as ações de acordo com a necessidade. E isso é especialmente interessante porque os aplicativos estão cada vez mais atrativos, com software que realiza ligação por meio de voz sobre IP (VoIP), o GPS e o iBooks, que sincroniza facilmente marcações em livros em iPhones e iPads.
A tela de 3,5 polegadas continua linda, reproduzindo o conteúdo com nitidez -- pouco inferior ao X10 Xperia quando colocados lado a lado, mas mesmo assim não deixa a desejar. Ele oferece imagens cristalinas de terceiros ou fotografadas e filmadas pela câmera de 5 megapixels. Outra novidade que chama a atenção no modelo é sua superfície, que agora não junta mais gordura por conta de um revestimento especial e reforçado (o qual protege contra problemas gerados por quedas).
De volta ao assunto "diversão", o iPhone - assim como diversos outros aparelhos da Apple, como o iPod - vacila. E feio. Ele prende o usuário ao iTunes, programa que realiza a interface entre computador de dispositivo. É por meio dele que os usuários são obrigados a gerenciar itens como música, vídeos e filmes. Oficialmente falando, não é possível, por exemplo, ao usuário recorrer a um software de sua escolha para trabalhar com multimídia. Ou é iTunes ou nada.
Outro problema grave são as versões brasileiras da iTunes Store e da App Store, que apresentam muitas limitações ao público do país. Enquanto norte-americanos podem adquirir vasto conteúdo digital, por aqui há pouco mais do que podcasts (na iTunes Store) e aplicativos limitados (na App Store).
Preço sugerido: R$ 1.800 (16 GB) e R$ 2.099 (32 GB) desbloqueado (o preço pode variar muito, passando dos R$ 2.500, dependendo da operadora e Estado)
Pontos positivos: Muito fácil de usar; camada de proteção contra óleo
Pontos negativos: Ainda requer que usuário recorra aos softwares da Apple para operá-lo; tem a pior captação de sinal entre os avaliados
