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08/02/2007 - 07h01

GPS funciona como guia de ruas online dentro do carro; veja teste

Daniel Pinheiro

Do UOL Tecnologia
O guia de ruas já sofreu um duro golpe com a invenção dos sites de mapas. Mas uma tecnologia que deve se popularizar nos próximos anos deve colaborar ainda mais para transformar aquela "bíblia" que habita o porta-luvas dos carros em apoio para o pé da mesa. A novidade responde pelo nome de navegador GPS, sigla em inglês para Sistema de Posicionamento Global. Pequeno, um aparelho desses pode ser instalado no painel do carro e ajudar o motorista a conduzir o carro por caminhos desconhecidos.

Mas, apesar de oferecer este conforto, o navegador GPS para automóveis ainda custa caro. É preciso que você faça um investimento de cerca de R$ 2.000 para ter um aparelho capaz de mostrar o caminho até o destino —desde que, claro, ele esteja entre as áreas cobertas pelo mapa.

Para saber se a experiência compensa o investimento, o UOL Tecnologia testou quatro modelos de navegadores GPS: Airis T920, Delphi NAV200, Navegador Guia Quatro Rodas e Navisytem DOTB-300.

A primeira observação fica para a área de abrangência dos navegadores, que, com algumas exceções, é concentrada nas grandes capitais do Sudeste brasileiro —apenas São Paulo, Rio de Janeiro e Belo Horizonte estão nos mapas cobertos pelos aparelhos.

O Navisystem DOTB-300 é o que tem a maior cobertura —são 500 cidades espalhadas pelos Estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Paraná, Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Pernambuco e Paraíba. Logo atrás vem o Navegador Guia Quatro Rodas, que atende a 70 cidades nos mesmos Estados que o DOTB-300, com exceção do Rio Grande do Sul.

Em um patamar mais baixo estão o Airis T920, com 32 municípios cobertos nas áreas metropolitanas de São Paulo, Rio de Janeiro e Belo Horizonte, seguido pelo Delphi NAV200, presente em 23 cidades dessas mesmas regiões.

Porém, os dois últimos têm uma vantagem em relação aos primeiros —seus três mapas são integrados, e proporcionam navegação interestadual. Você pode fazer uma viagem ponto a ponto entre qualquer das cidades cobertas pelos navegadores, inclusive com a orientação dos trechos em estradas.

Nos outros dispositivos, você precisa programar sua viagem em trechos dentro do próprio Estado, e trocar o mapa a cada divisa estadual. Uma viagem de São Paulo ao Rio, por exemplo, teria que ter dois trechos —um que vai da capital até a cidade mais próxima da divisa com o Rio de Janeiro, e a partir daí, da primeira cidade fluminense ao ponto que você quer chegar na Cidade Maravilhosa.

Montando a rota
Quando chega a hora da navegação, que para este teste foi toda feita dentro da cidade de São Paulo, os aparelhos são bastante parecidos.

O processo para criar uma rota é sempre o mesmo —você não precisa informar seu ponto de partida, já que o navegador já o fornece automaticamente. Então, cabe a você fornecer o destino final, que pode ser um endereço completo, o nome de um logradouro importante, como um aeroporto, ou ainda um CEP.

Nesse ponto, os navegadores de mapas integrados —Airis T920 e Delphi NAV200— têm uma desvantagem se a pesquisa for pelo nome da rua. Se você inserir "avenida Brasil" no sistema, um exemplo de nome de via que está presente em quase toda cidade brasileira, ele irá retornar com uma lista de todas as "avenidas Brasil" encontradas. Para encontrar a correta, será necessário procurar na lista de resultados qual é a que você deseja.

Depois de cadastrado o destino final, todos os navegadores testados oferecem ao usuário a opção de calcular a rota mais curta ou a mais rápida. Somente o Airis T920 tem opções do melhor caminho para pedestres —que desconsidera a mão de direção das ruas— e também do trajeto mais curto ou mais rápido também para caminhões —que leva em conta trechos de ruas com restrições para esse tipo de veículo.

Navegando
Calculada a rota, é hora de colocar o carro em movimento. A partir deste momento, o usuário pode receber as orientações de duas maneiras —pelos símbolos mostrados na tela do navegador ou pelo comando de voz.

Com esta última opção, uma voz indica as direções a serem tomadas. "A trezentos metros, vire à direita e então imediatamente à esquerda" ou "mantenha-se na pista do meio e depois de oitocentos metros, pegue a segunda intersecção à direita", diz a voz durante o trajeto.

Claro que a melhor maneira de usar as orientações é combinar as duas maneiras, confirmando no mapa, que é atualizado sempre com sua posição atual, se você seguiu corretamente o comando de voz. Todos os dispositivos "marcam" a rota correta com uma cor mais forte ou então com um efeito de bordas, o que permite que o caminho correto seja visto com destaque.

Errou?
Quando você sai da rota, de maneira intencional ou não, os navegadores mostram sua melhor utilidade —a "obstinação" em fazer o usuário chegar ao seu destino final.

Assim que detecta a saída do caminho programado, o software de navegação inicia o recálculo da rota para atingir o ponto de chegada e repassa as direções do caminho recalculado em questão de segundos.

Os quatro navegadores cumpriram a tarefa a tempo de o motorista conseguir obedecer à nova rota, mesmo quando o intervalo entre elas era de apenas um quarteirão. Ficou apenas uma impressão de que o Airis T920 foi mais rápido —impressão que pode ser subjetiva, já que no recálculo de rota o que mais importa é a atualização da posição do veículo no sistema GPS, que depende muito mais da qualidade do sinal dos satélites, do que o processamento do novo caminho.

Decisões para o usuário
Geralmente a rota é bem detalhada, e mesmo nos trechos mais longos, que se estendem por alguns quilômetros, o comando de voz solta de quando em quando um "mantenha-se nesta via", só para dar a certeza ao usuário de que ele está no caminho certo.

Mas houve um trecho entre a avenida Moema e o cruzamento das avenidas Rebouças e Brigadeiro Faria Lima, em São Paulo, em que dois aparelhos —o Airis T920 e o Navegador Guia Quatro Rodas— deixaram de fazer a navegação completa e o mostraram como uma grande reta, o que não condiz com a realidade.

Os dois dispositivos não tinham instruções específicas para o cruzamento da alameda Juriti com a avenida Helio Pellegrino, em que o motorista tanto pode virar à esquerda, que seria o correto, quanto à direita, que seria uma opção errada.

Pontos de interesse
Além de encontrar o caminho entre dois pontos, todos os quatro aparelhos testados oferecem a opção de apresentar no mapa os chamados "Pontos de interesse" (da sigla em inglês, POI), que podem ser bares, restaurantes, postos de gasolina, hotéis, aeroportos e atrações turísticas, entre outros.

Nesse ponto, quem oferece mais opções é o Navegador Guia Quatro Rodas, que conta com o conteúdo da publicação da Editora Abril, com mais de 16 mil pontos de interesse pré-cadastrados no navegador. Além disso, hotéis, restaurantes e atrações turísticas podem ser consultados conforme a classificação do guia e trazem o telefone de contato.

O Navisystem DOTB-300 registra 8.800 pontos de interesse —entre eles os radares de semáforo e de velocidade de São Paulo, o que pode ser bem útil para fugir de multas indesejadas.

Os outros dois aparelhos estão em um patamar bem abaixo —o Delphi tem 2.600 pontos já cadastrados, cem a mais que o Airis T920.

Além dos pontos de interesse existentes no aparelho, os quatro dispositivos permitem que o usuário crie e edite seus próprios pontos e veja-os exibidos no mapa.

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