UOL Notícias Tecnologia

08/02/2007 - 07h04

Saiba como é feito o mapa que permite a navegação por GPS

Daniel Pinheiro

do UOL Tecnologia
Se você sair dirigindo seu carro com um dispositivo GPS, você pode ver o deslocamento e a mudança nas coordenadas geográficas por onde passa. Pode até ter o ponto preciso em que ele se encontra no planeta, pela combinação da informações da latitude (posição "horizontal" no planeta, em relação ao Equador) e da longitude (posição "vertical", em relação ao meridiano de Greenwich) fornecidas por pelo menos dois dos 24 satélites que compõem o Sistema de Posicionamento Global.

Ainda melhor —se tiver um mapa carregado em seu dispositivo, pode acompanhar o pontinho que representa seu carro veículo "passeando" pela telas nas ruas da cidade.

Mas nenhuma dessas opções é a navegação por GPS. Para que você receba instruções específicas de como chegar a um determinado ponto, é preciso que seu dispositivo GPS tenha um mapa roteirizado do local por onde você está rodando.

Isso significa que esse mapa tem armazenado informações geográficas suficientes para saber a mão de cada rua ou avenida da cidade. "No mapa roteirizado, ou vetorial, cada rua vira uma linha, que pode armazenar algumas informações para cada ponto determinado pela latitude e longitude que esteja nela", explica Alexandre Derani, da empresa Digibase, que desenha mapas para navegadores GPS.

23 32 36 S 46 37 59 O
Esses caracteres que você vê acima não são aleatórios, ou tampouco se tratam da famosa seqüência numérica de Lost. Essas são as coordenadas geográficas da cidade de São Paulo — latitude 23 32 36 Sul e longitude 46 37 59 Oeste.

Agora imagine que cada número de uma rua corresponde a um ponto em seu mapa, a intersecção das linhas imaginárias da latitude e da longitude em que ele está. São as coordenadas desse ponto que são gravadas no mapa roteirizado, juntamente com informações que vão além da mão de tráfego da rua, como se a via em que este ponto está é uma das principais do local, o CEP deste ponto.

Trabalho braçal
Como você pode imaginar, não é fácil fazer um mapa que traga a informação da mão de tráfego de todas as ruas de uma cidade como São Paulo. "A confecção de um mapa vetorial é composta de duas etapas: a compilação e a pesquisa de campo", explica Derani.

A compilação é a reunião de é a coleta de diversas fontes de informação geográfica da cidade, como plantas, mapas hidrográficos, informações sobre vias e logradouros que a prefeitura eventualmente possa ter, além das imagens de satélite de alta resolução, que começam a se tornarem mais comuns.

Depois do fim da coleta dessas informações, é preciso adicionar as informações para roterizar esse mapa —a numeração das vias, o sentido e a quantidade de suas faixas, as placas de trânsito. Esses novos dados são obtidos por pesquisadores que vão até a cidade que está sendo mapeada.

"Não há segredo nesta parte, é puro trabalho braçal, a conferência de cada nome de rua, de cada logradouro de uma via, de cada trecho de contra-mão que uma rua pode ter. Só dessa maneira o mapa será preciso o suficiente para que possa ser feita a navegação", diz Derani.

Dessa maneira, o software de navegação vai poder usar as coordenadas dinâmicas que o deslocamento do veículo produz e combiná-las com as informações do mapa roteirizado para traçar a rota até o ponto de destino.

Compartilhe:

    Últimas Notícias

    Hospedagem: UOL Host