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10/07/2008 - 10h00

91% dos filhos da classe A brasileira têm celular

CAMILA RODRIGUES | UOL Tecnologia
Maria Eduarda Ratto do Rosário tem nove anos e começou a usar computador com aproximadamente três anos. "Ela já usava alguns joguinhos de CD, mas tudo com tempo limitado", conta Márcia Gutierrez Ratto do Rosário, sua mãe.

Atualmente, Maria Eduarda pode usar o PC uma hora e meia para brincar com seus jogos de CD-ROM e pesquisas na Internet são monitoradas.

Há três meses, Maria Eduarda ganhou um celular, com um objetivo muito claro: somente se comunicar com seus pais. "Ela começou a fazer umas atividades extras na escola, então, não tinha muito horário fixo e era difícil se comunicar com ela".

E qual é a idade ideal para uma criança começar a usar o celular? Com seis anos a criança está em plena fase de alfabetização e começando a falar de forma mais articulada, sem trocar letras.

É entre seis e nove anos que 25% das crianças brasileiras das classes A, B e C estão ganhando seus primeiros celulares, segundo pesquisa da TNS InterScience. Considerando apenas a classe A, 91% das crianças e pré-adolescentes entre 6 e 15 anos já têm telefone móvel.

Entre os pais, 41% acreditam que essa é uma boa idade para adquirir o dispositivo. "Com seis anos, as crianças já param de quebrar o celular, já entendem um pouco mais de limites e os pais começam a dar presentes de maior valor. Mas essa é a avaliação dos pais brasileiros, não quer dizer que seja a atitude correta", diz Renato Trindade, responsável pelo estudo.

Segundo Trindade, o tipo de decisão dessas classes sociais brasileiras está alinhado ao de países desenvolvidos, como Itália e França. Os extremos da pesquisa é a Nova Zelândia, em que 47% das crianças e pré-adolescentes possuem celular.

No Brasil, a pesquisa de crianças foi feita em São Paulo e no Rio de Janeiro com 500 pais de crianças é de seis a quinze anos das classes A, B e C —por isso, não se pode considerar a amostra para o país inteiro.

No Rio de Janeiro, um dos principais motivos da adoção precoce é a violência, já que o aparelho dá mais segurança aos pais. O mesmo motivo estimula os pais das Filipinas, na Ásia, a darem celulares a 43% de seus filhos (a pesquisa não abrange todo o país).

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