Banda larga não é necessariamente sinônimo de internet rápida. Segundo o estudo "Barômetro da internet", realizado pela empresa norte-americana Cisco, banda larga é uma conexão constante (always on) com velocidade igual ou superior a 128 kBps, tanto para updload quanto download. Para se ter uma idéia, com essa taxa leva-se entre 4 e 5 minutos para baixar uma simples música de 4MB. Ou seja, não é exatamente ultraveloz.

De toda forma, de acordo com a pesquisa, a penetração total da banda larga nos domicílios é de meros 16% (números do final de 2008). Dessa parcela, apenas uma porção ínfima possui acessos com velocidades igual ou superior a 1 Mbps (megabit por segundo) ou superior.

Enquanto isso, na Europa, a penetração da banda larga é de 22% —na Dinamarca, chega a 38%. A velocidade é de 2 Mbps para 74,8% das linhas, de 2 a 10 Mbps para 62% e de mais de 10 Mbps para 12,8%. Quase 2% dos assinantes possuem pacotes com 100 Mbps ou mais. No Japão existem acessos com velocidade de 1 Gbps (gigabit por segundo), o suficiente para baixar mais de 1.500 faixas em MP3 de cinco minutos ou cerca de 11 filmes em coisa de 1 min.

Este quadro pode começar a mudar, mas bem lentamente. Este ano, duas das principais empresas que oferecem acesso de banda larga no país começaram a oferecer pacotes com velocidades mais, digamos, respeitáveis. Em fevereiro, a Telefônica anunciou a disponibilidade do serviço Xtreme em 25 bairros de São Paulo. Em parceria com a TVA, o pacote oferece conexão à internet de até 30 Mbps, TV a cabo com "locadora virtual" (compra de filmes on demand), canais abertos e fechados em alta definição, recursos de interatividade e voz sem limite em ligações locais (fixo-fixo) na rede da operadora. No entanto, o serviço, além de caro (preços a partir de R$ 245,50 para o serviço de 8 Mbps), está disponível somente para 370 mil domicílios na região metropolitana da capital paulista.

Saiba como funcionam nove tecnologias de banda larga
Compare a velocidade de diferentes tipos de conexão

Enquanto isso, a concorrente NET, que já oferecia pacotes de até 12 Mbps desde julho, começou os testes com acessos de 20 Mbps e até 60 Mbps. De acordo com Eduardo Guedes, gerente de produto Virtua, já é possível ofertar os 20 Mbps em 100% dos 10 milhões de domicílios atendidos pela Net. E, em metade dos pontos nas cidades do Rio de Janeiro e de São Paulo, já daria para entregar os 60 Mbps.

Daria? Sim. A condicional se aplica neste caso porque a empresa ainda não pensa em oferecer comercialmente um pacote com tal velocidade. "Nós estamos oferecendo a pista, mas não há carros com essa potência", compara Marcelo Sarmento, coordenador do data center da empresa. O que ele quer dizer é que não há aplicativos que façam uso de tanta banda. Mesmo streaming de vídeo de alta qualidade precisa de, no máximo, 12 Mbps.

De fato, não há muito o que fazer com acessos tão velozes. Excetuando-se os viciados em downloads, que baixam tudo o tempo todo, os serviços de 20 Mbps e 60 Mbps (ambos em testes) e o de 30 Mbps da Telefonia (disponível), não são um portal mágico para um novo mundo na web.

O UOL Tecnologia teve acesso aos três serviços. Após vários testes de desempenho, downloads e acessos a sites de streaming em alta qualidade, o veredito é simples: não vale a pena se você for um usuário comum —ou seja, se seu negócio for navegar na web, ler e-mails, baixar um vídeo ou uma música de vez em quando.

Para começar, nenhum dos três transforma a web em instantânea. Não é somente digitar um endereço ou clicar em um link e zapt!, pois as páginas não surgem imediatamente. É evidente que, para quem acessa via linha discada (56 Kbps) ou mesmo via cabo (1 Mbps), a diferença é brutalmente notável. Mas, para quem possui planos com, no mínimo, 2 Mbps, não é tão incrível assim. Para planos maiores então, nem se fale.

Compare a diferença de tempo entre diversos tipos de conexão. Os valores foram calculados pensando em uma conexão estável e operando no máximo de sua velocidade:

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Relógios

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