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15/07/2008 - 07h00

Brasil é o 2º no recebimento de spam no mundo, conclui pesquisa sobre a praga

SÉRGIO VINÍCIUS | Para o UOL Tecnologia
No início de julho, a empresa de segurança eletrônica McAfee divulgou os resultados de uma pesquisa sobre a incidência do spam em diversos países do mundo. Para comprovar como funciona o envio de mensagens indesejadas, a empresa recrutou 50 pessoas, em 10 países diferentes, para receber spam de todos os tipos.

Com um laptop devidamente preparado e um e-mail novo em folha, os voluntários tiveram 30 dias para se cadastrar em todas as páginas que achassem necessárias. A cada dia, eles deveriam preencher relatórios com as informações colhidas.

"A idéia era perceber como o spam funciona e atinge as pessoas, do ponto de vista do usuário", conta Patricia Ammirabile, analista do McAfee Avert Labs. "E de certa forma, percebemos isso. Por exemplo, descobrimos que o ramo de empresas mais agressivas no envio de spam são as financeiras."

O resultado completo do experimento está disponível em português no site da pesquisa.

Ao competir com representantes de Estados Unidos, Itália, México, Reino Unido, Austrália, Espanha, Holanda, França e Alemanha, o Brasil ficou em segundo lugar na classificação por equipe e em terceiro na individual.

Os voluntários brasileiros receberam 15.856 spams em um mês. Dentre os participantes da pesquisa, um técnico em computação. Geraldo (o sobrenome foi ocultado a pedido da pesquisa), 22, ficou em terceiro lugar ao captar mais de 6 mil spams em um mês.

A reportagem do UOL Tecnologia conversou com o medalha de bronze em spams, que contou suas impressões sobre a excêntrica experiência.

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UOL Tecnologia: Por que você se inscreveu em uma experiência para atrair spam?

Geraldo: Encarei pelo desafio e também para saber dos resultados. Tem a ver com a área em que trabalho e, por isso, me interessou. No final de 30 dias, havia recebido a quantidade de 6 mil spams.

UOL: Como a máquina se comportou com esse grande volume de lixo chegando a todo instante?

Geraldo: Lá pelo 14º ou 15º dia, deu pau em tudo. Tive que mandar para a assistência. O computador não funcionava. Tivemos até que reinstalar o sistema operacional.

UOL: Era uma máquina nova?

Geraldo: Era. Para realizar o experimento, utilizamos um laptop específico. Mas nem ele agüentou. Como os spams atualmente são muito pesados, já que quase todos carregam imagens, foi difícil para a máquina suportar.

UOL: E do ponto de vista humano, o que te chamou a atenção?

Geraldo: Percebi que os spammers apostam no impulso do destinatário. Assim, imagens e textos chamativos são muito comuns em spams. Ao clicar nas mensagens, o usuário cai em um site com produtos e diversos artifícios.

UOL: Assim que você pegou o tal laptop, qual foi seu primeiro passo para atrair spams?

Geraldo: A primeira coisa que fiz foi entrar em um fórum e deixar meu novo e-mail lá. Em menos de 24 horas, recebi o primeiro spam. Terminei o primeiro dia com 23 mensagens comerciais não solicitadas.

UOL: Seis mil e-mails depois, qual a conclusão da experiência?

Geraldo: Como trabalho com informática, sempre tive preocupação com spams. Com esse estudo, tive que deixar para trás tudo o que sabia e deixar rastros e e-mails por todos os lados. Percebi que os spammers apostam na visualização de imagens como fator de atração e, uma vez que o cidadão está na página, vale tudo. Nem sempre qualidade.

UOL: Então a lição é: não espere qualidade de um spammer?

Geraldo: Exato. E dou um exemplo gritante. Entrei em um site durante o experimento. E a página pedia um site para cadastro. Arrisquei um 00000-000. Imediatamente o sistema aceitou meu cadastro e ainda me parabenizou.
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