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14/02/2008 - 10h46

Fantasias e pouco álcool marcam balada na Campus Party

CHARLEZ NIZS | Para o UOL Tecnologia
Música eletrônica em alto volume, peruca na cabeça e nenhum cigarro ou vestígio de álcool nas mãos. Esse é o perfil dos participantes da primeira balada que aconteceu na Campus Party, evento de comunidades da Internet que acontece em São Paulo até dia 17 de fevereiro.

A organização também dá uma forcinha para o "bom mocismo" geek. Não é permitido beber ou fumar nas dependências da Bienal. "É uma prática que acontece desde a primeira edição espanhola", segundo a organização.

"Quem quer fumar, precisa descer até o térreo e acender o cigarro fora do prédio", conta uma das asessoras. Os fumantes precisam descer dois lances de escada para saciar a vontade. Isso é outro fator a desestimular o cigarro na Campus Party.

Mesmo assim, há estímulo de sobra. Entre os participantes da noitada geek de quarta-feira, chama a atenção uma mulher que dança animada no espaço onde acontece a festa, ao lado da sala de imprensa. Máscara no rosto, indefectível peruca colorida no cabelo, sorriso nos lábios e habilidade nas pernas. A admirável empolgação atende por Maria Ângela Pereira, 56 anos, moradora do bairro paulistano de Vila Mariana.

"Fiz três anos de dança do ventre e estou acostumada a dançar. Adorava baile de salão e já desfilei duas vezes em escola de samba", conta ela, que veio à Campus Party para saber mais sobre Linux, Internet e casemodding. "Comecei a mexer em computadores em 1996 e fui me familiarizando aos poucos".

Para Maria Ângela, o mais importante da festa na Campus Party é a interação e a confraternização entre pessoas das mais diferentes idades e partes do mundo. "A informática está se abrindo para uma dimensão mais humana, e as pessoas aqui são divertidas".

Quando questionada sobre a ausência de álcool na festa, ela expressa uma opinião quase unânime por aqui: "A balada fica melhor e as pessoas aproveitam mais".

Órfã de namorado

Na área de modding, a campineira Anaile Duarte, 18, se concentra na tela do notebook quase alheia à barulheira circundante. "Não vou para a balada por que meu namorado não está aqui", explica. "Prefiro não dar margem aos paqueras". O namorado só chega para a Campus Party amanhã.

Anaile não é das maiores fãs desse tipo de agitação: "Já fui muito para balada e hoje não curto mais". Ela compartilha a opinião de Maria Ângela e pensa que as pessoas aproveitam melhor a festa sem beber.

Os estandes das empresas no primeiro piso e as competições de casemodding foram as atrações mais apreciadas por ela. "Eu não tinha um interesse específico. Queria vir para o evento e descobrir as coisas aqui. Acabei me encantando pelos computadores incrementados", conta Anaile.

Esquecendo o trabalho

"Convenci meu chefe a me liberar do trabalho nesta semana e vim". Assim, o estudante piracicabano Kleber Azevedo, 21, detalha como chegou à Campus Party. Ele estava entre as dezenas de pessoas que dançavam na pista da balada "campuseira", também usando máscara no rosto.

Azevedo procurava informações sobre programação de computadores na Internet e descobriu o evento. "Minhas áreas preferidas são desenvolvimento e games", conta.

Para ele, a explicação para a ausência de álcool na festa tem a ver com o espírito do evento. "As pessoas estão mais preocupadas em confraternizar, em assistir às atividades e acompanhar tudo o que está rolando". Por isso, "a Campus Party não combina com bebida" diz ele, antes de voltar para a pista de dança da "nerdstock".

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