Nem só computadores, robôs e blogs tomam a atenção dos participantes da Campus Party Brasil. Quando a música soou nas caixas de som no Pavilhão da Bienal, em São Paulo, dezenas se juntaram para dançar e se divertir. Sem cigarro ou bebida, registre-se.
Adultos, jovens e até crianças brincaram num "carnaval geek" embalado por música eletrônica e por fantasias e perucas. Ainda assim, foi difícil convencer alguns dos campuseiros a sair da frente do computador.
Talvez porque acreditem que é mais interessante continuar blogando, pesquisando sobre robôs ou usando o computador para aprimorar conteúdos educacionais. Isso depois de um dia cheio de robôs, educação e uma palestra sobre planetários.
RobóticaUm robô criado por alunos de uma escola secundária de Guarulhos foi vencedor de uma competição nacional e agora vai enfrentar os rivais estrangeiros numa competição na Califórnia.
Clique e confira o vídeoO que ele faz de tão especial? "Apanha e ergue bolas de tênis a uma altura de 30 centímetros do chão", conta Vinícius Vinhaes. O rapaz de 16 anos é um dos integrantes da equipe que criou e montou o robô.
Programar a engenhoca foi a parte mais difícil. "Os organizadores do desafio nacional divulgam a tarefa a ser executada pelo robô na ultima hora", diz Vinhaes. A produção do aparelho levou apenas cinco semanas, um desafio para a habilidade desses estudantes.
Apanhadores de bolinhas, goleiros e lutadores de sumo. Atualmente, esses robozinhos fazem quase tudo e hoje começaram os preparativos para os campeonatos que acontecerão no sábado.
Blogando para ensinarSimultaneamente, na área de blogs, acontecia a palestra "
Blogando para ensinar". É a aposta na tecnologia como ferramenta para transformar a forma de aprender.
Plataformas de blogs, podcasts, listas de discussão, enciclopédias on-line e webcam são os recursos usados por esses professores "plugados" para dar aulas e mesmo trocar experiências pedagógicas.
"A possibilidade de trocar informações com professores de outras culturas e outro ambiente acadêmico/educacional é inestimável", diz a professora Bárbara Dieu, professora de inglês do colégio paulistano Liceu Pasteur.
"Com as novas tecnologias, o aluno fica mais independente e o conteúdo das aulas, mais especializado", segundo Dieu. É um duro golpe na visão tradicional de educação. "Não adianta usar a tecnologia e manter o formato tradicional de aula. O ensino não pode ser vertical e homogêneo", alerta.
Olhando para o céuQuais as estrelas povoam o céu de São Paulo? A poluição é uma das maiores vilãs na observação do céu. Para contornar esse problema, você pode apelar para o planetário da capital paulista.
"Simular o céu da cidade e de outros lugares é a justificativa para a existência do planetário de São Paulo", diz Fernando Nascimento, diretor do Planetário. A
palestra sobre os bastidores de um planetário foi um dos pontos altos da área de Astronomia na Campus Party.
Entre os principais visitantes do planetário, estão alunos e professores do ensino médio e fundamental. Para essas pessoas, é a oportunidade de ter contato com teorias e disciplinas apresentadas na sala de aula.
A obtenção de recursos é a principal dificuldade enfrentada para a manutenção desses espaços. "Para exibir o céu, são usadas fibras óticas e computadores bastante potentes para realizar os cálculos astronômicos", diz Nascimento.