28/07/2008 - 07h10

Semântica não ocorrerá até 2015, estima cientista de software do C.E.S.A.R

MÁRCIO PADRÃO | Para o UOL Tecnologia

Enquanto grande parte da comunidade de tecnologia se empolga com a Web Semântica, outros enxergam o conceito com ceticismo.

É o caso do cientista-chefe do Centro de Estudos e Sistemas Avançados do Recife (CESAR), Sílvio Meira. Uma das pessoas mais influentes em tecnologia no Brasil, Meira afirma ter visto pouca coisa nova acontecendo nessa área e que ainda há muito trabalho pela frente para que o modelo semântico se concretize.

Para o estudioso, a Web Semântica é um conceito que precisa de um aprofundamento teórico estruturado, já que todos devem dominar as mesmas linguagens e protocolos para agregar valor e significado aos dados. E isso é um grande problema para se resolver.

"Não é algo que se vai à esquina e volta com seus dados empacotados de uma maneira correta. A Web teria que ter semântica de processos, sistemas e informações —tudo codificado à rede de forma inteligível entre os sistemas que provêm as informações quanto pelos que as recebem. No meu entender, não veremos nada disso acontecendo até 2015", critica Meira.

Na opinião do executivo do CESAR, a dita Internet 1.0 representou uma rede centralizada e estática; a 2.0 é distribuída e com alguma dinâmica; e a 3.0 poderá ser distribuída e dinâmica de fato.

"Nela, em vez de eu abrir um site que faz um monte de coisas, eu defino o que o site vai fazer para mim, conectando sínteses de informação, criando filtros e fazendo coisas que atendam aos meus desejos sob demanda de forma inteligente", sugere.

Essas primeiras buscas semânticas, segundo Meira, ainda estão em um estágio "Altavista" de avanços, referindo-se ao pioneiro buscador da Internet, surgido em 1996.

"Teremos ainda uma bela meia década para vermos quem vai sobreviver daí. Acho que protótipos mais específicos conseguirão resultados melhores do que as buscas semânticas generalizadas. Por exemplo, um programa de suporte a logística pessoal, que fosse capaz de me dizer, via celular, se o meu vôo vai ou não chegar atrasado ao aeroporto".