A Telefônica terminou a primeira fase do plano de ação para melhorias no serviço de internet banda larga Speedy. A empresa agora aguarda por uma auditoria da Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações), a ser realizada nos dias 20 e 21 de julho, para a liberação da venda do Speedy. O presidente da Agência, Ronaldo Sardenberg, foi informado ontem (16) pessoalmente sobre a conclusão do plano, a Anatel foi notificada hoje por carta.
Presidente da Telefônica admite falhas ao se adequar à lei do SACO término do processo de
duplicação dos servidores DNS - equipamentos responsáveis por traduzir endereços de internet (como www.uol.com.br) em endereços IP, o aumento da capacidade do tollgate (a comunicação entre os usuários do Brasil e os servidores intenacionais) de 60 Gb para 100 Gb, além de aumento de sua rede IP em 20% nos dois principais centros do interior de São Paulo, Campinas e Bauru, foram divulgados hoje pela empresa.
A separação entre a autenticação da rede e o acesso aos servidores DNS também foi feita para diminuir o número de problemas. Além disso, será feita a separação entre as redes residenciais e corporativas, para facilitar identificação da origem do problema. A segurança no perímetro de rede (a fronteira entre o usuário e a rede da Telefônica) foi aumentada, buscando evitar ataques externos.
O presidente da Telefônica, Antonio Carlos Valente, afirmou que a grande mudança é adotar uma postura mais cautelosa para minimizar erros. "Nós queremos diminuir o número de falhas para patamares compatíveis ou até menores que outros serviços de internet banda larga do mundo", prevê. "Nosso objetivo, ao final dos 180 dias, é ter a rede mais segura e potente da América Latina".
Segundo o diretor de rede da Telefônica, Fabio Micheli, a pane de abril foi causada por alterações na rede da empresa. "Vamos dar um passo para trás, dando mais prioridade para a capacitação da rede atual, em vez de investir em apostas tecnológicas".
Para Valente, todas as alterações devem ser previamente comunicadas à comunidade, ao contrário do ocorrido antes, e que a ordem é atuar com cautela, para que as mudanças não causem impacto nos clientes. A Telefônica espera ser liberada para poder voltar a vender o Speedy após a vistoria que será realizada pela Anatel no início da próxima semana.
A Anatel afirma, por meio de sua assessoria de imprensa, que ainda não há previsão para a liberação da venda do Speedy. Também diz que o plano apresentado pela Telefônica está em análise e que está acompanhando as ações.
Próximo passo: capacitação da redeA segunda parte do plano prevê a ampliação da capacidade da rede, com prazo de 90 dias. Neste momento, o investimento deve ser de R$ 33,6 milhões, aplicados na expansão do tollgate em 130% e da rede IP em 150%. Além disso, será finalizada a segmentação da rede IP e a migração de 55% dos clientes. A empresa também pretende aumentar em 50% a capacidade de sua rede no interior de São Paulo, melhorar o serviço de atendimento ao consumidor e resolver os problemas de DNS.
Em um terceiro momento, com prazo de 180 dias, novamente o foco será na ampliação da capacidade, com investimento de R$ 18,4 milhões. Segundo a Telefônica, a principal ação será a instalação de uma terceira saída de tollgate. A assessoria de imprensa da companhia disse que este seria um cabo submarino alugado da Telecom Italia (TIM).
Como a Telefônica possui participação acionária no parte europeia da Tim, a locação depende de aprovação da Anatel, por ferir leis de concorrência. Além disso, a operadora pretende ampliar de dois para quatro o número dos centros de serviço, garantindo 100% da contingência de falhas na rede.
A Telefônica também promete fazer segmentação das redes IP, gerenciamento dos anéis Ethernet na região metropolitana de São Paulo, criar rotas alternativas na rede de fibra ótica e segmentar a rede em 18 regiões.
Até agora os equipamentos de segurança de rede já foram comprados e o tollgate já foi internalizado. Os equipamentos de core IP já foram embarcados para o Brasil. No dia 27 de julho será feito um teste no software de segurança.
Problemas do SpeedyNo dia 23 de junho a Telefônica
suspendeu a venda do Speedy, após
ordem da Anatel publicada em despacho no dia 22. No texto, a Agência determinava que a empresa deveria apresentar em até 30 dias um plano de melhorias para o serviço de internet banda larga, texto este
apresentado após quatro dias.
A decisão da Anatel aconteceu após uma série de interrupções na prestação do serviço, que completaram um ano em julho, deixando usuários residenciais e corporativos sem acesso à internet por várias horas seguidas.
A Telefônica havia informado na segunda-feira (13) que concluiu a
duplicação dos servidores DNS, localizados no Ibirapuera e em Alphaville.
Antonio Carlos Valente não fala quanto a Telefônica está deixando de ganhar com a interrupção da venda, quantos clientes foram perdidos e o prejuízo da empresa neste período, mas que "em bons meses, o Speedy chega a vender mais de 100 mil assinaturas".
PROBLEMAS GRAVES NO SPEEDY COMPLETAM 1 ANO
02/07/2008 | 20/02/2009 | 06/04/2009 | 18/05/2009 |
Interrupção no Estado de São Paulo | Incêndio em datacenter | Ataques de negação de serviço | Lentidão e intermitência no serviço de DNS |
Aproximadamente 2 milhões de usuários residenciais são afetados, além de órgãos públicos do Governo do Estado de São Paulo e corporações privadas. | Incêndio em prédio da operadora em Barueri afeta datacenter e derruba acesso de clientes à internet | Um ataque de hacker aos servidores DNS da operadora foi responsável pelos problemas de acesso enfrentados pelos usuários | Operadora sinaliza dois períodos de instabilidade na infraestrutura que dá suporte ao acesso à rede mundial de computadores. |
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