A Telefônica anunciou que vendeu 15 mil assinaturas do serviço de banda larga Speedy durante os quatro dias de
liberação, a partir de quinta-feira (27). Segundo Fabio Bruggioni, diretor de produtos residênciais, 50% das vendas foram de pacotes de 2Mbps ou mais (com valor promocional de R$ 87,50). Assim, o faturamento foi de pelo menos R$ 1 milhão, já que o pacote mais barato de 500Kbps custa R$ 49,90. Até o fim de hoje (31) a empresa espera chegar a marca de 20 mil assinanturas vendidas.
Segundo o presidente da Telefônica, Antônio Carlos Valente, durante os quatro dias, a Telefônica recebeu 100.000 ligações, cerca de 2,5 vezes mais que a média histórica. Por isso, o tempo de atendimento na central tem demorado cerca de dez minutos para ser iniciado. Além disso, a conversão em vendas de cada ligação foi quatro vezes maior.
Telefônica precisa de plano a longo prazo para Speedy, dizem especialistas
Telefônica termina plano de estabilização da rede em julho e investe na capacitaçãoBruggioni afirmou que a demanda mais alta foi na capital, apesar de forte procura no interior. Segundo Bruggioni, cerca de 15% das vendas foram para clientes corporativos.
A empresa também afirma que mudou o foco no relacionamento com os novos clientes, criando duas instâncias de atendimento, sendo que a segunda confirma todas as informações passadas pela primeira. De adordo com Valente, isto serve para que o processo de compra seja mais claro, apesar de um tempo de atendimento maior. Esta mudança foi aprovada pelos clientes. A Telefônica divulgou dados que mostram que 95% dos consumidores ficaram satisfeitos com o novo processo.
Valente preferiu não comentar se considerou o processo de liberação da venda demorado, apesar dos adiantamentos dos prazos impostos pela Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações). "Tivemos um bom relacionamento de regulador e regulado", comentou.
HistóricoA Anatel publicou despacho no dia 22 de junho
proibindo a venda do Speedy, devido às constantes quedas no serviço durante os 11 meses anteriores. A Telefônica atendeu à determinação e suspendeu as vendas. Durante os dois meses de proibição a empresa
perdeu cerca de 200 mil vendas, de acordo com a média histórica.
Em 26 de junho, quatro dias depois da interrupção nas vendas, a Telefônica antecipou a
entrega de um plano de contingência exigido pela Anatel. O prazo dado pela Agência era de 30 dias. A empresa anunciou investimentos da ordem de R$ 70 milhões de reais na duplicação dos servidores DNS (que convertem URLs como www.uol.com.br para endereços IP), a ampliação da saída internacional e o aumento na segurança contra ataques externos à rede.
Diante da demora na liberação, Hélio Costa, Ministro das Comunicações, interveio afirmando que a Telefônica já havia cumprido as determinações e aprendido a lição. Com a suspensão das vendas, empresas terceirizadas deixaram de atender pedidos da Telefônica e chegaram a demitir funcionários, além de deixar de fazer novas contratações.