Se você pensa que William Henry Gates III nasceu pobre, estudou bastante e tornou-se um multimilionário gênio da informática, precisa repensar a parte do berço.
Americano de Seattle e nascido em outubro de 1955, Bill Gates não faz idéia do que seja ascensão social — seus pais já eram ricos quando ele nasceu, situação que lhe permitiu ter a melhor educação disponível para a época, na metade dos anos 50.
Mesmo indo para a Universidade Harvard, nunca se formou, mas hoje coleciona uma série de doutorados honorários. Foi lá onde conheceu aquele que viria se tornar o executivo-chefe da Microsoft, Steve Ballmer.
A exemplo de tantos outros vanguardistas da época, Gates abandonou o ensino superior para se dedicar a uma empresa de fundo de quintal. No caso, a Microsoft, fundada em 1975 por Bill Gates (aos 19 anos) e Paul Allen, que deixou a empresa em 1983.
Juntos desenvolveram o BASIC, uma das primeiras linguagens de programação de fácil manuseio e que seria interpretada no Altair 8800, um dos primeiros PCs lançados nos Estados Unidos.
Foi a partir do BASIC que surgiu a Microsoft. Mesmo usuários mais novos de informática, da metade dos anos 90, ainda devem lembrar-se do BASIC incluso no DOS (sigla do inglês "Disk Operating System"), que operava em praticamente todos os computadores utilizados no Brasil. O DOS surgiu em 1980, quando a Microsoft comprou o 86-DOS já pronto e o revigorou, transformando-o no PC DOS e estabelecendo uma parceria comercial com a IBM.
Um ano depois, veio o que se considera o primeiro computador "pessoal" (do inglês "Personal Computer", que originou a sigla PC), pesando 11 toneladas. Conta a lenda que, com o hardware todo pronto, faltava apenas o software para operá-lo. E veio o Microsoft-DOS. O resto é história.
Rompimento de parceriaA visão comercial de Bill Gates já vinha de antes. Aos 17, antes de fundar a Microsoft com o amigo Paul Allen, eles criaram uma empresa chamada Traf-O-Data para desenvolver contadores de trânsito usando um processador Intel 8008 —muito anterior à linha 8086 que fez da Intel a gigante que é hoje. No primeiro ano de atuação, a Traf-O-Data gerou US$ 20 mil, uma pequena fortuna para a época.
Em um episódio até hoje mal explicado, a Microsoft lançou a primeira versão do Windows em 1985 ao mesmo tempo em que fechava parceria com a IBM para desenvolver o OS/2, outro sistema operacional. Com o sucesso aparente do Windows, Bill Gates encerrou a parceria e investiu tudo no desenvolvimento do Windows.
O OS/2 continuou a ser desenvolvido pela IBM, de modo independente, e para muitos profissionais da área tornou-se um sistema operacional bem superior ao da Microsoft. A versão 3.0 do OS/2, que agora era chamada de OS/2 WARP, chegou a competir com o Windows 3.x, mas não passou daí.
Além de mais caro, o DOS e o Windows vinham pré-instalados na maioria dos computadores caseiros vendidos na época. Ou seja, a boa e velha tática não é nova. Anos depois, a Microsoft seria julgada (e condenada) em processos judiciais por práticas monopolistas envolvendo o Windows, o tocador de mídias Media Player e até mesmo o navegador Internet Explorer.
Magnata generosoBill Gates é casado com Melinda Gates e têm três filhos: Jennifer (1996), Rory (1999) e Phoebe (2002). Homem mais rico do planeta entre 1995 e 2007, segundo a famosa lista da revista Forbes, ele perdeu um "pouco" de sua fortuna nos últimos anos devido às constantes quedas das ações da Microsoft na bolsa de valores.
A idéia de se aposentar e dedicar-se à filantropia não é nova. Em 1994, ele fundou a William H. Gates Foundation que, em 2000, transformou-se na Bill & Melinda Gates Foundation. A partir daí, a fundação começou a se tornar uma gigante de financiamento para ações contra a pobreza.
Doações milionárias para programas de desenvolvimento e saúde em países pobres, além de bolsas de estudo para minorias em algumas das universidades mais conceituadas do mundo, são parte da benemerência da fundação do magnata.
Para entender melhor como pensa Bill Gates e suas visões do futuro, vale a pena ler seu livro 'The Road Ahead', lançado em 1995 e traduzido no Brasil para 'A estrada do futuro'.
Em 1996, o livro ganhou uma versão revisada (mais extensa) com inserções específicas sobre o mundo conectado pela Internet —e não apenas pela Microsoft Network (MSN), como Gates previra.
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