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27/06/2008 - 07h00

Windows 95 teve lançamento histérico e foi a maior revolução da Microsoft

PAULO REBÊLO | Para o UOL Tecnologia
Com direito a apresentação dos Rolling Stones nos Estados Unidos, o lançamento do Windows 95, no dia 24 de agosto de 1995, foi histérico. Não à toa e apesar de todas as dificuldades enfrentadas com o passar dos anos, até hoje é considerado a maior revolução da Microsoft e o sistema operacional de maior sucesso comercial já produzido.

Durante a fase de testes do "Chicago" —o codinome da versão beta do Windows 4.0, o qual viria se tornar Win95— foi fruto de bastante antecipação da mídia especializada da época. Mas ninguém imaginava que o legado do Win95 iria permanecer por tanto tempo, ditando as regras para os próximos sistemas operacionais da Microsoft até os dias de hoje.

Muitos consideram o Win95 uma revolução por causa dos aspectos técnicos para a época. Contudo, apenas profissionais e entusiastas conseguiam perceber as mudanças de código, ao menos no início. Para o usuário comum, a revolução foi outra, mudando o comportamento das pessoas em frente ao computador e abrindo novas possibilidades de trabalho e interação.

Muito se deve à popularização da Internet que, mesmo no exterior, ainda era incipiente. Foi apenas nas versões "revisadas" do Win95 que o Internet Explorer ganhou corpo como navegador a ponto de quebrar (a partir da versão 4.0) a hegemonia do Netscape Navigator.

O Win95 foi o primeiro passo para libertar o Windows da escravidão do MS-DOS. Tecnicamente, contudo, o sistema ainda depende intimamente do DOS para funcionar, rodando em código híbrido de 16-bit e 32-bit. O usuário não sabia, pois, que ao ligar o computador e esperar os minutos de inicialização, abria-se aquela nova interface, renovada, com aquele curioso botão 'Iniciar' até então inexistente.

Ao observar as principais novidades trazidas pelo Win95, é fácil notar como a maioria persiste até hoje. Não somente funções pontuais, como o Windows Explorer, mas sobretudo os recursos de sistema e modos de uso da plataforma Windows, como o editor de registro ("regedit"), a memória virtual ("swap file" ou "arquivo de troca"), o uso intensivo do segundo botão do mouse (até então subutilizado no Windows 3.1), os conflitos de hardware no gerenciador de dispositivos e o início da integração entre o Windows e aplicativos diversos da Microsoft.

Principais novidades

Suporte a nomes longos de arquivo (até 255 caracteres), deixando para trás a limitação de 8 letras com 3 de extensão. A partir do Win95, não era mais preciso decorar o nome dos arquivos ou criar siglas e palavras-chave para encontrar seus documentos.

Um novo gerenciador de arquivos, o Windows Explorer. Durante anos, muita gente continuou usando o bom e velho 'winfile.exe', o gerenciador do Windows 3.1 que ficava disponível, escondido, na instalação do Win95. Ele não aparecia no Menu Iniciar, mas bastava procurá-lo na pasta \Windows. O winfile.exe não reconhece os ícones dos programas e nem os nomes longos, entre outras limitações. O progman.exe também podia ser utilizado, herança do Win 3.1

Uso intensivo do botão direito do mouse, até então somente utilizado em jogos para MS-DOS e raríssimas funções externas. A partir do Win95, o botão direito passa a fazer parte da usabilidade do sistema, mantendo o usuário Windows até hoje dependente do recurso. Ele não apenas abria novas funções, como possibilitava o atalho a várias outras. Logo no início do Win95, quem dominava o uso do botão direito era considerado 'cobra' da informática.

Plug and Play (PnP), o modo "fácil" de detectar e configurar seu hardware. Graças ao PnP, foi possível ver a arquitetura de hardware detalhada e até mesmo fazer modificações internas com poucos cliques.

Uma prévia do impacto da Internet, a partir do Microsoft Network (MSN), que na época estava mais para uma BBS global, competindo com a famosa CompuServe.

Versões e revisões

O Windows 95 teve cinco versões. Na verdade, foram revisões do sistema operacional para adicionar extras como o Internet Explorer e o suporte a novos recursos, como USB e o sistema de arquivos FAT32. Pouco depois do lançamento oficial da edição original (4.00.950) em agosto, a Microsoft despachou em dezembro o Win95 com um pacote de serviços, dando início ao modelo de Service Packs mantido até hoje.

O SP1 serviu basicamente para acrescentar a segunda versão do Internet Explorer na instalação, agora a 4.00.950a. Em 1996, veio a popular edição OSR (sigla, em inglês, para "OEM Service Release"), que eram sistemas integrados às fabricantes de computadores e revendedoras. Quem comprava o Win95 novo na caixa deveria ter a versão mais atualizada. No entanto, em países periféricos (como o Brasil), nem sempre era o que acontecia.

As versões OSR1 nada mais eram do que o SP1 revisado, mas foram anunciadas apenas no início de 1996. A mais popular mundialmente foi a OSR2, que agora vinha com o Internet Explorer 3.0, suporte inicial a UDMA e inclusão do FAT32 como sistema de arquivos opcional. Também ficou conhecida como Windows 95B.

Com o OSR 2.1, o Win95 ganhou suporte bem primário ao padrão USB e, em 1997, a última versão OSR 2.5 dava ao Windows o Internet Explorer 4.0 e toda a interface com cara de Internet proporcionada pela integração (shell) do navegador com o Windows. Conhecida como Windows 95C, esta edição também foi apelidada no Brasil de Windows 97 e, mesmo após o lançamento do Windows 98, continuou na preferência de profissionais e usuários experientes.
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