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27/06/2008 - 07h00

Windows 95: instalação, requisitos e problemas

PAULO REBÊLO | Para o UOL Tecnologia
O mínimo exigido pela Microsoft na instalação do Windows 95 era um processador 386 com 4 MB de RAM e 50 MB de espaço em disco. Os incautos que tentavam instalar o sistema nesta configuração precisavam, com sorte, de até quatro horas de tempo livre e muita reza forte. Por conta das novas leituras de hardware e lentidão de um PC com 4 MB de RAM para o Win95, era comum a instalação simplesmente travar, após horas de espera e muita ave-maria.

Quem tivesse PC em rede nem conseguia instalar com 4 MB de RAM, por exemplo. Os computadores de ponta para rodar Win95 precisavam ter, pelo menos, 8 MB de RAM e processador 486. Na última versão - a OSR 2.5 - do Windows 95, uma instalação completa ocupava entre 150 MB e 215 MB de disco, a depender de suas necessidades com o Microsoft Exchange, bem diferentes dos 50 MB mínimos da primeira versão.

Poucos computadores da época tinham drive de CD, então inicialmente o sistema vinha em 13 disquetes. As edições recentes (OSR), contudo, ultrapassavam a marca dos 22 disquetes, por conta de novos suportes a hardware (drivers), Internet Explorer e Exchange.

Ao tentar instalar o Win95, a parte mais crítica era a 'detecção de hardware'. Ali, o usuário via em ação o poder do novo recurso plug and play, porém, ainda em seus primeiros passos. No caso de rede e áudio, geralmente ainda era preciso realizar configurações posteriores à instalação, além de 'avisar' ao Windows que você tinha as placas instaladas no PC.

Problemas críticos

Toda revolução traz problemas. No caso do Windows 95, somente com o passar dos anos e a popularização da informática e dos acessos às redes é que os profissionais entenderam, na prática, como a arquitetura do sistema era falha. Alguns bugs beiravam o ridículo, como digitar "c:\con\con" no Windows Explorer ou no menu Executar.

O resultado? O Windows trava completamente, a famosa tela azul da morte (sigla BSOD, do inglês "Blue Screen of Death"). O mesmo vale para "c:\nul\nul". O bug persistiu mesmo após as edições revisadas e pode ser testado até hoje. Não houve correção.

As famosas telas azuis se tornaram uma constante a partir do momento em que a inclusão de novo hardware não conseguia ser 'decifrada' pelo sistema. Falhas com memória virtual e memória RAM também foram se tornando comuns. Uma das maiores raridades era encontrar um PC 'redondo', ou seja, com hardware sem conflitos.

Mas nada era pior do que o efeito retardado do gerenciamento de memória, que fazia o Windows perder velocidade com o passar das horas de uso. O problema persistiu no Windows 98 e Windows ME, sendo resolvido somente com o Windows NT e, depois, Windows 2000. Para se ter uma idéia, o Win95 tinha o teórico limite máximo de 49 dias de uso sem a reinicialização. Na prática, quem passava mais de dois dias sem precisar dar um 'reset' se considerava querido pelos céus.

Os problemas aumentavam ainda mais com a instalação do Internet Explorer 4.0, pois a integração do navegador modificava a interface e a integridade de diversos arquivos críticos do sistema. Ao mesmo tempo em que mostrava um visual mais apurado e bonito, levava o usuário a perder memória... E fios de cabelo.
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