Enquanto os brasileiros, na maioria das vezes, sofrem ao tentar seguir as coordenadas de um equipamento GPS, que diz para virar em rua na contramão ou troca a direção das curvas, por exemplo, a Europa vive uma situação bastante diferente.
Na maior feira de tecnologia do mundo, a Cebit, o GPS deixou de ser apenas um equipamento que indica se o usuário precisa virar à esquerda ou à direita. O que se vê aqui são aparelhos cada vez mais sofisticados que agregam informações de trânsito, alertam para uma direção denfensiva e indicam qual o caminho com semáforos livres.
O projeto Travolution é um dos sistemas expostos na Cebit que busca unir a maioria dos conceitos acima para facilitar a direção dos alemães. Além de traçar a rota para o usuário, o sistema calcula (e avisa) em quanto tempo o próximo sinal vai ficar vermelho ou verde, mostra se a velocidade do carro está acima ou abaixo da média e sinaliza quando a distância de segurança em relação ao veículo da frente não está sendo cumprida.
O equipamento ainda está em fase de testes. No estande, os visitantes podem simular dirigir em um Audi e acompanhar os serviços em uma tela de computador. O desafio, por enquanto, é tentar juntar tanta informação em um único lugar que não atrapalhe o motorista.
Nos testes do
UOL Tecnologia foi complicado prestar atenção na estrada, em indicações de semáforo, distância e velocidade do carro.
A preocupação com a direção defensiva também aparece em outro modelo, da empresa Blaupunkt. O Travel Pilot é um GPS que aponta quais são as curvas mais acentuadas, mostra uma visão panorâmica dos carros que estão a sua frente e monitora velocidade e distância em relação a outros automóveis emitindo sinais de alerta quando a proximidade é preocupante.
A gigante em navegação Garmin mostrou o software EcoNavigation para salvar qualquer um de 'ficar na estrada' por falta de gasolina. O funcionamento é simples: o usuário precisa colocar o preço e o quanto combustível tem no carro. Antes mesmo da viagem começar, o software calcula qual é a rota que mais vai economizar gasolina, por exemplo. Também dá a opção de relatório de consumo mensal.
E a paranoia de roubo de carros também está nos estandes da Cebit. O fabricante o Waterproof GPS garante que ladrão não tem vez com o equipamento. Ele funciona até embaixo d'água. "Se depois de roubado, o carro for parar em um rio, por exemplo, ele será encontrado", diz um dos atendentes do estande. A bateria do GPS dura de dois a três anos e é possível paralisar o carro por mensagem SMS (função já comum).
Vale lembrar que o GPS também é indicado para lanchas e barcos.
Caminhões ganham sistema especialUma outra tendência vista na Cebit é a criação de sistemas de navegação específicos para diferentes necessidades. Existem GPSs exclusivos para bicicletas, para ambientes fechados ou para localização de objetos. Até os caminhões ganham tratamento especial.
A Falk Marco Polo Interactive desenvolveu um sistema que observa obstáculos intransponíveis para veículos grandes, como pontes baixas ou túneis estreitos. O sistema calcula comprimento, largura, peso, número de eixos e consulta uma base de dados especializada, que leva em conta, até, restrição de peso em estradas.
Por enquanto, os sistemas não estão disponíveis no Brasil e os fabricantes procuram maneiras de atualizar o software constantemente, o que é uma missão complicada, garantem. "As ideias de localização são muitas, mas precisamos nos focar em atualizações também, o que demanda tempo e parcerias", explica Rui Reis, da potuguesa Inosat.