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16/02/2008 - 00h01

Brasil terá Campus Party também em 2009; confira balanço da festa

CHARLES NISZ | Para o UOL Tecnologia
No próximo ano, a Campus Party terá novamente uma edição brasileira. A informação foi dada por Marcelo Branco, diretor do evento. Mas ainda não há previsão de data para o encontro de comunidades da Internet se repetir. "Primeiro vamos acabar este e fazer a avaliação da edição 2008", diz Branco.

Avaliação bastante positiva na opinião do diretor-geral e dos coordenadores temáticos do evento. Os números dão a magnitude do encontro: "5.500 credenciados, 2.800 computadores, 1.800 acampados —com idade média de 23 anos— e uma velocidade média de conexão de 670 Mbps", enumera o diretor-geral.

"Fiquei impressionado com o civismo dos participantes", elogia Branco. "Poucos incidentes foram registrados, e o clima foi muito tranqüilo", disse. "Os campuseiros devoraram 360 palestras e oficinas em seis dias. As palestras não eram mera pirotecnia e tinham muito conteúdo."

Mas Branco também enxerga pontos a evoluir para a versão 2009 da Campus Party: "Precisamos melhorar o credenciamento, a logística e queremos ampliar o número de participantes no ano que vem. Além disso, queremos ampliar o Campus Verde e dar ênfase ao meio ambiente e sua relação com a tecnologia", explicou.

Roubando a cena

Para a alegria do coordenador Alexandre Simões, a área de robótica foi a mais procurada do evento: "A aceitação foi muito grande e as pessoas desenvolveram atividades além do programa", diz ele.

Era mesmo comum ver pessoas debruçadas na montagem dos robôs madrugada adentro. O objetivo é fazer bonito na competição de robôs, que acontece neste sábado. Há uma surpresa esperando os vencedores: "Os campeões ganharão um troféu com o Quasi estilizado". O Quasi foi o robô apresentado na abertura do evento e ganhou fama por ter ficado preso na Receita Federal (e por ser um mero ventríloquo, ao menos por aqui).

Produção imaterial

Outra área de sucesso foi o software livre. Segundo o coordenador da área, os destaques foram "a palestra de John 'Maddog' Hall e a junção de programação com outras áreas".

"Há mais disseminação da área de software livre aqui no Brasil do que nas versões espanholas", afirmou. "Reunir pessoas durante uma semana promoveu um 'ambiente de ócio digital' cujo resultado foi o aumento da grade de palestras, disse Teza.

Muitas dessas atividades eram à noite e nas madrugadas e hove algo inusitado: "nessas horas, as mulheres eram maioria", afirmou.

Profissionalização

Na área de desenvolvimento e programação, a palavra de ordem foi profissionalização. Segundo os coordenadores David Ruiz e Luiz Pestana, a intenção é ampliar a grade temática para o ano que vem.

Essa expansão tem origem na troca de experiências entre profissionais e quem desenvolve jogos de modo amador. "O desejo de profissionalização é o motor desse interesse, e o contato com quem já é profissional foi muito proveitoso para o público".

Ensino

Aproximar a astronomia da escola era um dos desejos de Walmir Cardoso para a área de Astronomia na Campus Party. "Isso foi plenamente atingido, pois atraímos muitos professores, além dos astrônomos amadores."

"O segredo do sucesso foi juntar teoria e bastidores do planetário com atividades práticas: oficinas de criação de foguetes e fotos do céu feitas com celular", explica ele.

Para 2009, os planos são grandes: "Ano que vem é o Ano Internacional da Astronomia. O motivo da comemoração são os 400 anos das observações feitas por Galileu Galilei e por isso vamos ter mais temas e conteúdos nas palestras".

Entre essas palestras Cardoso quer trazer para a Campus Party 2009 o astrônomo brasileiro Augusto Daminelli: "Ele ficou mundialmente famoso com suas previsões acertadas sobre a constelação Karina, após contrariar todos os especialistas internacionais. Isso fez a ciência brasileira ganhar reconhecimento no que se refere à observação estelar".

Além do Counter Strike

Quem achava que a proibição do Counter Strike no Brasil iria atrapalhar a área de Games da Campus Party se enganou. "Unreal Tournament 3, Team Fortress 2 e outros jogos deram conta do recado", explica Marco Quezada, responsável por organizar essa área.

O único contratempo nos seis dias de feira foi um projetor queimado. "Mas nada que atrapalhasse o cronograma dos campeonatos", diz ele. O público, inclusive, criou mais atividades. Uma delas foi o campeonato de Street Fighter: as animadas manifestações durante a disputa chegaram a atrapalhar a palestra do badalado Steve Johnson.

Blogs internacionalizados

O Campus Blog foi uma temática introduzida especialmente para a versão brasileira da Campus Party e, apesar de novata, a área alcançou bons resultados.

A avaliação é de Lúcia Freitas, coordenadora para esse tema e diretora de conteúdo da Campus Party: "Apareceram por aqui 320 blogueiros do país e 50 blogueiros espanhóis. Isso mostra a abrangência dos diários virtuais", afirma.

Os 30 blogueiros mais visitados do país vieram discutir estratégias de negócios e foram brindados com uma palestra de uma "start-up" de blogs. O objetivo da palestra foi aproximar anunciantes e blogueiros, permitindo a quem deseja investir nessas mídias saber como investir.

Mas Lúcia faz coro com o diretor-geral e pede mais atenção com a produção e organização do evento. "Os produtores precisam conhecer mais o ambiente geek para o Campus Party não ter os mesmos problemas nas próximas versões", reclamou.

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