O primeiro vírus para celular do mundo foi descoberto em 2004, nas Filipinas. Batizado de Cabir, a praga foi criada para infectar aparelhos que utilizavam o sistema operacional Symbian (hoje, presente em mais de 70% dos celulares).
O objetivo do Cabir, que é disseminado por Bluetooth, é descarregar toda a bateria dos celulares infectados. Em aparelhos contaminados pelo vírus, uma mensagem característica, com a palavra "Caribe" aparece no visor e se repete sempre que o equipamento é ligado.
Até hoje, não se sabe ao certo quem é o pai das pragas móveis. Os indícios apontam para um grupo de hackers chamado 29A (número hexadecimal para "666"). O objetivo desses hackers era desenvolver o chamado "vírus-conceito", ou seja, queriam provar que é possível infectar aparelhos móveis, mas sem o intuito de propagá-lo.
Hoje, três anos após a criação do Cabir, 35 variantes do vírus já foram detectadas.
Brasileiro aproveita a ondaNo mesmo ano em que o Cabir foi descoberto, o brasileiro Marcos Velasco, hoje especialista em malware e dono de uma empresa de segurança, decidiu aprimorar o poder dos vírus para telefones móveis.
Criou, então, o Lasco (também conhecido como Lasco.A ou Symbos_Vlasco.A), vírus de auto-instalação para Symbian, com código aberto e transmitido por Bluetooth. A praga de Velasco também podia ser transmitida pelo computador e descarregava a bateria do celular.
Em entrevista por e-mail para o
UOL Tecnologia, Velasco explica que seu objetivo foi mostrar que vírus poderosos para celulares eram, sim, possíveis. "Fui o primeiro brasileiro a demonstrar a técnica de como um vírus pode atacar um celular. Queria mesmo era estudar o assunto, não propagar o vírus", diz.