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09/02/2009 - 07h05

E-mail traz riscos à privacidade e à segurança do PC; veja dicas e proteja-se

PAULO REBÊLO | Para o UOL Tecnologia
Está para surgir ferramenta tão eficaz na Internet quanto o correio eletrônico. Por mais que se fale em mensageiros rápidos, nada supera a conveniência de ler e responder suas mensagens na melhor ocasião, seja formalmente ou apenas para uma conversa entre amigos.

E é justamente pelo caráter diversificado que muita gente deposita confiança demais no e-mail — um erro grave. Uma caixa postal pode ser lida a qualquer momento, mesmo por quem não é hacker ou usa programas especiais.

Ainda hoje, décadas após o início do correio eletrônico, os protocolos são bem atrasados, como é o caso do POP3 (recebimento) e do SMTP (envio). Este último, aliás, já foi responsável por vários micos envolvendo empresas e pessoas famosas. Nos últimos anos, provedores de acesso reforçaram a segurança para enviar e-mails, exigindo autenticação prévia (que é feita automaticamente pelo Outlook na maioria dos casos), mas a porta ainda está escancarada.

Tecnologia antiga

Por usar protocolos tão antigos e pouco revisados, a gestão do correio eletrônico nos provedores continua praticamente idêntica à gestão das mensagens nos antigos Bulletin Board Systems (BBS) e nas primeiras investidas da Internet nesse sentido. Em outras palavras, cada pessoa pode ter um login e uma senha de acesso, supostamente particular. Mas todas as contas são vinculadas a um servidor central, que pode ser acessado por inúmeras pessoas, em geral os funcionários mais qualificados.

Resta saber, contudo, o que define 'qualificação'. Quem já trabalhou no suporte técnico de provedores costumava se espantar como era comum várias pessoas terem acesso-mestre às contas de usuário. Para resolver problemas, claro. Mas nada impede que a caixa postal possa ser lida, sem deixar rastros. A operação é tão simples que só vendo para acreditar.

A ética, por parte do funcionário, trata-se do respeito e em grande parte da boa vontade de não usar os "super poderes" para benefício próprio. Poderíamos tomar como exemplo um funcionário com permissões avançadas que resolve ler as mensagens da ex-namorada, que por coincidência tem uma conta no provedor de acesso em que ele trabalha. E aí?

A pré-história do e-mail

Para compreendermos melhor a possibilidade e o eventual fato de você não ser o único a ler "suas" mensagens, voltemos um pouco no tempo, antes da massificação da Web. Na época, o sistema chamado BBS (sigla de bulletin board system) era uma mini Internet, sem gráficos ou imagens, onde várias pessoas conectavam-se a um servidor central e estavam em um ambiente único, onde podiam compartilhar arquivos e, claro, o bom e velho bate-papo.

Para existir uma BBS, era necessário um operador de sistema. O "SysOp", abreviação de System Operator, era o responsável pelo bom funcionamento do servidor, a gerência de usuários e tudo o mais. O SysOp — e qualquer pessoa com sua permissão — tinha acesso à base de dados do sistema, onde podia trocar/visualizar senhas de usuários, logar na caixa postal e, o que pouca gente sabia na época, podia olhar a conversa privada das pessoas dentro de uma sala de bate-papo.

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